Trocar de treinador é quase uma regra no futebol brasileiro. O pouco tempo dado aos profissionais nos clubes virou rotina e tornou-se inclusive uma característica própria do esporte no país. No último Brasileirão, por exemplo, foram contabilizadas 24 trocas em 38 rodadas. O que acontece no Grêmio com Renato Portaluppi vai de encontro com este cenário descrito.
O ano de 2019 se encerra com apenas três treinadores que permaneceram em seus clubes durante o ano inteiro: Renato Portaluppi, no Grêmio, Jorge Sampaoli, no Santos, e Roger Machado, no Bahia — contando apenas Série A. Este dado sozinho já é motivo de valorização do trabalho de Renato no Tricolor. Mas uma análise mais ampla sobre o tema provoca debates ainda maiores.
Renato vai começar sua quarta temporada à frente do Grêmio, superando o período de Luiz Felipe Scolari nos anos 1990. Este é um fato raro no futebol brasileiro. Nas últimas décadas, poucos casos foram vistos no Brasil. Contando apenas os grandes clubes, geralmente pressionados por suas torcidas a conquistarem títulos ou boas colocações, apenas dois nomes tiveram longevidade maior.
Últimos longos períodos de técnicos no Brasil
- Telê Santana - 1990 a 1996 (São Paulo)
- Antônio Lopes - 1996 a 2000 (Vasco da Gama)
- Luiz Felipe Scolari - 1997 a 2000 (Palmeiras)
- Muricy Ramalho - 2006 a 2009 (São Paulo)
- Luiz Felipe Scolari - 1993 a 1996 (Grêmio)
- Mano Menezes - 2016 a 2019 (Cruzeiro)
- Odair Hellmann - 2017 a 2019 (Inter)
- Tite - 2010 a 2013 (Corinthians)
- Cuca - 2011 a 2013 (Atlético-MG)
- Abel Braga - 2011 a 2013 (Fluminense)