O Grêmio era comandado por Silas, chegara à semifinal da Copa do Brasil e havia sido campeão gaúcho, mas ocupava a 18ª posição no Campeonato Brasileiro e tinha campanha semelhante à de 2004, ano do último rebaixamento. Até que, em 10 de agosto, o presidente Duda Kroeff — atualmente vice de futebol do clube — anunciou Renato Portaluppi como novo técnico tricolor. Em um turno de trabalho, o treinador tirou o Grêmio da zona do rebaixamento e o levou à quarta colocação, obtendo classificação para a Libertadores do outro ano.
Renato trocou o Bahia pelo Grêmio com uma missão: manter o clube na elite nacional. Cinco contratações da confiança de Portaluppi surpreenderam pelo retorno imediato naqueles quatro meses finais de temporada. Os zagueiros Paulão e Vilson, o lateral Gilson e os atacantes Júnior Viçosa e Lins chegaram a pedido do técnico e deram conta do recado quando foram exigidos.
O time do Grêmio começava pelo goleiro Victor. O camisa 1 gremista era eleito o melhor de sua posição desde 2008, mas enfrentava uma má fase após a não convocação para a Copa do Mundo. A pausa para a competição marcou a piora do desempenho do Tricolor. Antes dela, a equipe havia conquistado o Gauchão e protagonizado a semifinal da Copa do Brasil com ares de final antecipada contra o Santos de Neymar, Robinho e Ganso.
A retomada tricolor veio embalada por André Lima, substituindo o lesionado Borges, e Jonas, que terminaria o ano empatado em gols com Neymar, maiores artilheiros do Brasil naquela temporada. O grande triunfo tático de Renato Portaluppi foi a improvisação no meio-campo. O lateral-esquerdo Lúcio foi adiantado, jogando na metade ofensiva do campo e correndo por dois, possibilitando que o camisa 10, Douglas, tivesse mais liberdade para criar e menos responsabilidade defensiva. Os volantes Adilson e Fábio Rochemback garantiam a marcação na intermediária defensiva.
O Grêmio acabaria o aquele Campeonato Brasileiro em quarto lugar, com 63 pontos — nove a menos que o campeão Fluminense e três a mais que o quinto colocado, Athletico-PR. Além disso, foi o time com o melhor ataque da competição, marcando 68 gols. A campanha de Renato Portaluppi com 15 vitórias em 26 jogos, coroada pela classificação para a Libertadores de 2011, facilitou a negociação para renovação com o presidente gremista eleito em outubro daquele ano, Paulo Odone, oposição a Duda Kroeff na época.