Por muito tempo, o torcedor gremista se acostumou a dizer que o principal jogador do time não vestia a camisa 10, mas sim a 5, normalmente um volante que se destacava pela força física. Esse cenário, porém, se alterou nos últimos anos. A marca do Grêmio que retomou o caminho das vitórias desde 2016 tem sido a qualidade técnica de seus volantes, os fiadores do estilo de toque de bola da equipe de Renato Portaluppi e responsáveis por ditar o ritmo das partidas.
Nos times do Grêmio campeões dos últimos anos nomes como Maicon, Walace, Arthur, Michel e Matheus Henrique encantaram o torcedor com o estilo refinado. Desses, três vieram da base: Walace, Arthur e Matheus Henrique. A linhagem continua e nesta temporada Darlan foi apresentado à torcida. O resultado disso é um trabalho feito na base que coloca a qualidade na saída de bola como fator primordial para os jogadores que abrem o meio-campo.
— É uma tendência do futebol mundial o volante marcar e jogar. O Grêmio sempre formou muitos volantes e, a partir do Walace, eles têm tido essa característica de jogar. O jogador do meio com qualidade faz a diferença — observa o coordenador técnico da base gremista Wagner Gonçalves.
O aprimoramento desse estilo ganhou força no Grêmio a partir de 2013, com a implementação do Projeto Lapidar, que tem como objetivo proporcionar um maior desenvolvimento técnico e tático para os atletas da base de todas as categorias. Não apenas volantes, mas também jogadores de outras posições, casos dos atacantes Luan e Pepê, que também passaram por essa etapa no clube.
— Quando chegamos ao Grêmio, identificamos que era preciso criar algo diferente na individualidade dentro do grupo. O Lapidar trabalhava a parte tática, física e nutricional do atleta por posição. Treinamos muito os exercícios específicos com os atletas para melhorar individualmente todas as valências para cada posição — explicou Júnior Chávare, coordenador da base na época.
O Grêmio sempre formou muitos volantes e, a partir do Walace, eles têm tido essa característica de jogar."
WAGNER GONÇALVES
Coordenador técnico das categorias de base do Grêmio
A linha de produção de volantes do Grêmio já tem alguns nomes para aparecer no plantel profissional após Darlan. O mais recente a subir para o profissional foi Matheus Frizzo, de 21 anos, que ficou no banco diante da Chapecoense no último domingo (10). Victor Bobsin, de 19 anos, nome constante em convocações das seleções brasileiras de base, é outro atleta que pode aparecer logo no elenco profissional.
O time sub-17 do Brasil que disputa o Mundial tem Diego Rosa, de 17 anos, como destaque. Antes dele, porém, o torcedor do Grêmio poderá ver nos profissionais nomes como Lucas Araújo, de 20 anos, Jhonata Varela, de 19 anos, e Fernando, de 18 anos, convocado nesta terça-feira (12) para defender a seleção sub-20 em amistosos. Esse trio irá defender o Tricolor na Copa Ipiranga Sub-20, a partir do dia 30 de novembro.