No fim de semana, a oitava rodada do Campeonato Argentino ainda fazia a imprensa de Buenos Aires dividir atenções. A partir de segunda-feira (30), tudo passou a ser sobre o clássico River Plate x Boca Juniors, às 21h30min desta terça. Nem mesmo o confronto brasileiro entre Grêmio e Flamengo, pela outra semifinal da Libertadores, recebe a atenção da mídia local. Sequer uma linha.
— É uma tradição bastante argentina ficar muito centrado nas equipes locais. Por mais que o futebol seja relevante, a gente vô pouca cobertura do times brasileiros por aqui. Por mais que seja uma etapa decisiva, frente ao que é o Superclássico, é compreensível que os argentinos concentrem forças no que será para eles uma final antecipada — avalia Luciana Rosa, correspondente brasileira na Argentina desde 2011 para Estadão, UOL e SporTV.
Nos principais jornais do país, são páginas e mais páginas dedicadas ao Superclássico. Apenas o jornal Clarín cita os dois brasileiros, mas para descrever que seus presidentes não foram à sede da Conmebol, no Paraguai, para a reunião antes dos jogos (participaram por teleconferência).
No canal ESPN, ao longo da ampla cobertura que envolveu participações de repórteres ao vivo direto do Monumental de Núñez e dos hotéis onde os atletas estavam concentrados, a única referência feita ao duelo entre gaúchos e cariocas foi para citar que um dos dois será o último obstáculo para que um dos argentinos conquiste a premiação de 12 milhões de dólares, dada ao campeão.