Depois de viver o Superclássico na decisão da Libertadores de 2018, a Argentina vai experimentar tudo de novo neste ano, mas por uma fase anterior. A partir das 21h30min (horário de Brasília) de terça-feira (1º), River Plate e Boca Juniors fazem, no Monumental de Núñez, o duelo de ida da semifinal do maior torneio do continente. E é bom o Grêmio ficar de olho no confronto. Se o Tricolor passar pelo Flamengo, terá de encarar um dos rivais de Buenos Aires, no dia 23 de novembro, em Santiago, no Chile, para ser campeão da América.
— A expectativa é muito alta, porque é a partida mais importante para nós. Perguntamos a todos os jogadores se será uma revanche. Alguns do Boca disseram que sim, mas os do River dizem que não. Creio que o clássico disputado no estádio do River, pelo Campeonato Argentino (no início do mês, empataram em 0 a 0), deu muita força ao Boca — analisa Cesar Merlo, repórter do canal esportivo TyC Sports.
River Plate: base mantida
Como levou a melhor no ano passado, o atual detentor do título mudou bem menos sua fotografia, mantendo a base do time que conquistou o troféu. Do time titular, apenas duas baixas: o zagueiro Maidana e o meia Pity Martínez, eleito o melhor da América, foram vendidos para o Toluca-MEX e Atlanta United-EUA, respectivamente. Os substitutos são Martínez Quarta e Nacho Fernández, que já estavam no elenco.
Neste tempo, porém, o técnico Marcelo Gallardo sofreu muitas baixas por lesão, o que faz com que a escalação para o clássico seja um mistério total. Voltam do departamento médico Quintero, Ponzio, Pratto e De La Cruz, mas apenas os dois últimos têm chance de atuar.
— A equipe tem uma identidade de jogo muito bem formada. Dominou todas as últimas partidas, mas está falhando na definição das jogadas. Os atacantes não marcam gols há mais de um mês. A qualidade dos jogadores segue sendo muito alta, mas faltam peças-chave. Parecia favorito, mas hoje a sensação é a contrária — avalia Ariel Cristófalo, jornalista do Diário Olé e da Rádio Mitre.
Boca Juniors: revolução no vestiário
Como naturalmente acontece, o clube derrotado implodiu seu plantel — a começar pelo técnico Guillermo Barros Schelotto, substituído por Gustavo Alfaro, ex-Huracán. Acostumado a comandar equipes menores da Argentina, o treinador de 57 anos é adepto de um estilo mais defensivo e ostenta como grande trunfo de sua carreira a Copa Sul-Americana de 2007, com o Arsenal de Sarandí.
— É uma equipe que sofre poucos gols. Alfaro tem uma proposta menos ambiciosa, um jogo mais físico, mas que aplica à perfeição para vencer — comenta Cristófalo.
Dentro de campo, a mudança foi ainda mais drástica. Tanto que, dos 11 jogadores que iniciaram a final no Santiago Bernabéu, apenas dois devem aparecer no duelo deste ano: o goleiro Andrada e o zagueiro Izquierdoz. No mais, quem não sentou no banco acabou deixando a Bombonera. O ex-capitão Pablo Pérez, apontado como símbolo da derrota, foi um dos primeiros a deixar o clube e hoje atua no Independiente. No meio deste ano, se deram outras saídas, mas por venda: o meia uruguaio Nández, ao Cagliari-ITA, e o centroavante Benedetto, ao Olympique de Marselha-FRA.
Como reposição, novos atletas foram contratados. Destaque para o zagueiro Lisandro López e o atacante Salvio, do Benfica, o meia Mac Allister, do Brighton-ING, o atacante Soldano, do Olympiakos-GRE, e o reforço mais badalado: o volante italiano Daniele De Rossi, ex-Roma. Porém, o veterano de 36 anos sentiu uma lesão muscular na coxa direita nos últimos dias e corre o risco de ficar de fora de combate. Em meio a toda esta revolução, surgiram o lateral Weigandt, de 19 anos, e o meia Capaldo, de 22.