De 12º jogador em 2018 a talismã nesta temporada, Alisson se consolidou como o homem da direita do ataque gremista e fez gols importantes, como os marcados contra o Bahia, nas quartas de final da Copa do Brasil, e diante do Palmeiras, pela mesma fase da Libertadores deste ano. Com contrato renovado com o Grêmio até o final de 2023, o mineiro de Rio Pomba garante estar vivendo a melhor fase da carreira e espera realizar um sonho com a camisa tricolor: conquistar a Libertadores.
Aos 26 anos, ele agradeceu aos companheiros e funcionários do clube pela acolhida no Rio Grande do Sul e, em especial, citou Everton como o grande parceiro no elenco gremista. Nesta entrevista a GaúchaZH, também falou sobre o jogo de volta das semifinais da Libertadores, contra o Flamengo, em 23 de outubro, a reta final do Brasileirão, o carinho pelo Cruzeiro e o ataque de 100 gols do Tricolor gaúcho. Confira:
O que podes falar sobre os dois anos de trabalho no Grêmio?
Sem dúvida é um momento muito feliz na minha carreira. Sou muito grato ao Grêmio por tudo o que vem me proporcionando desde a minha chegada aqui, desde a recepção, pela forma como me acolheram aqui em Porto Alegre. Só tenho que agradecer ao torcedor, a todos do clube, que me tratam muito bem, e estou muito feliz por poder conquistar títulos com a camisa do Grêmio. É um momento maravilhoso da minha carreira, que só tenho que agradecer a todos os envolvidos aqui no Grêmio.
Como é ser considerado um talismã no time?
Fico feliz pelo reconhecimento. É meu segundo ano de Grêmio, estive em jogos importantes, pude fazer coisas boas com a camisa do Grêmio no ano passado e neste ano também. Em 2018, pude jogar várias partidas, se não me engano fui um dos que mais atuou com a camisa do Grêmio. Feliz também com esse ano, com o reconhecimento do trabalho que venho desempenhando ao lado dos meus companheiros. Que eu possa continuar assim, ajudando, seja com gols ou não. Mas que eu possa continuar honrando a camisa do Grêmio, que é o mais importante.
Teve alguma dificuldade de adaptação?
Questões de treinadores diferentes. Antes de vir para cá, estava trabalhando com o Mano, que é um excelente treinador também, um cara que eu aprendi muito, que sou muito grato pelos anos que convivi com ele no Cruzeiro. Agora, é um privilégio poder trabalhar com um cara que foi vencedor jogando, que é vencedor agora com treinador também que é o Renato, um cara que desde que cheguei me ensinou muita coisa, até pela forma de jogar. No Cruzeiro, eu nunca tinha jogado pelo lado direito, era sempre pelo lado esquerdo. Mas ter chegado aqui ao Grêmio e o Renato ter me dado essa oportunidade, eu consegui atuar pelo lado direito, me sinto privilegiado de trabalhar com ele. Junto ele com o Victor (Hugo Signorelli), o Alexandre (Mendes), a preparação física, o Rogerinho, os outros preparadores que me ajudam muito, só tenho que agradecer a todos.
O Grêmio tem o segundo melhor ataque do Brasil, com 100 gols. Como é esse sistema ofensivo de jogo?
A gente fica feliz com os números, mas temos de valorizar também o que o pessoal ali de trás no passa. Eles nos dão a confiança de poder fazer as coisas ali na frente. A nossa defesa é muito firme, muito sólida e isso nos dá segurança para criar ali na frente. Então, se temos esses bons números ofensivamente, é graças a eles, que nos deixam bastante soltos ali na frente para que a gente possa ter bons números. Da mesma forma defensivamente, a gente tenta ajudar de alguma maneira. Então, o grupo está de parabéns, trabalha para isso, pelo futebol que viemos apresentando, então todos estão de parabéns por esses 100 gols, mas se a gente conseguiu fazer esses 100 gols é graças ao pessoal ali de trás também.
Como funciona esse ataque mais móvel, com a entrada do Tardelli?
São jogadores de qualidade, que se entendem muito bem. Vale ressaltar também que o André é um cara que estava nos ajudando muito quando estava tendo oportunidades, e fez gols importantes como lá no Paraguai, contra o Libertad. O Renato sempre vem dando oportunidade para todo mundo, não só os quatro que vem jogando agora. Temos de valorizar quem vem entrando também, que vem fazendo gols. A gente tenta se entender da melhor maneira, fazendo aquilo que o Renato nos pede. Ele nos dá muita liberdade, e a gente tenta colocar em prática no dia do jogo.
Como está sendo a preparação para o jogo contra o Flamengo?
A gente pensa jogo a jogo. Estamos fazendo grandes jogos no brasileiro, tem mais três se não me engano até o jogo contra o Flamengo. Então, é pensar jogo a jogo, mas sabendo da qualidade que a gente vai enfrentar, porque o Flamengo é uma equipe muito forte. Demonstramos aqui na Arena, no segundo tempo, porque o primeiro tempo não é bom nem lembrar, porque a gente se cobra muito e viu que não foi aquilo que esperávamos, mas voltamos para o segundo tempo muito bem e conseguimos um resultado que sabemos que está em aberto. Sabemos da qualidade da equipe deles, mas vamos fazer de tudo para chegar lá, fazer um grande jogo e conseguir mais uma classificação.
A ideia é também atacar o Flamengo, deixá-los incomodados?
É fazer o que a gente sempre faz. Impor o nosso futebol, como foi aqui. A gente sabe que são duas grandes equipes, dois times com muita qualidade, grandes jogadores, e tenho certeza de que o Grêmio vai forte, temos uma equipe muito forte e vamos fazer de tudo para dar essa alegria para o nosso torcedor.
Quem é teu principal parceiro no grupo do Grêmio?
Tem vários, me dou bem com todo mundo. Mas convivo muito com o Everton, porque a gente concentra junto. É um grande amigo que fiz desde quando cheguei ao Grêmio. A gente se dá muito bem.
Como é o Everton nos bastidores?
Como jogador, nem precisa falar. Todos estão vendo a qualidade que ele tem. É um fenômeno do futebol brasileiro, não à toa está conquistando os objetivos pessoais e é um cara que a gente torce que continue estourando. Fora de campo, é um cara brincalhão, que todo mundo gosta no grupo, que sempre apanha para mim no videogame, que a gente sempre joga. Mas é um grande amigo que tenho, é um cara família, que está sempre junto, conversando e espero que possamos manter essa amizade para sempre.
Como é o Alisson fora do CT Luiz Carvalho?
Sou um cara bastante tranquilo, super família. Nos momentos de folga, fico mais com a minha esposa, com o meu filho mesmo. Gosto sempre de curtir a família.
Já conheceu bem Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, está bem adaptado?
A adaptação foi rápida. No começo, a gente sente um pouco por causa do frio mesmo, mas foi bem tranquilo. Esse ano foi mais tranquilo do que o ano passado. Muito tranquilo aqui Porto Alegre também e quero agradecer às pessoas que me receberam super bem aqui e, sem dúvidas, estou muito bem adaptado aqui.
Com estás vendo a situação do Cruzeiro, que briga contra o rebaixamento?
Pelos amigos que tenho lá, por ter vivido praticamente a minha infância dentro do clube, que tenho um carinho especial, a gente fica triste pelo que está acontecendo lá. Como tenho muitos amigos lá, espero que a situação possa melhorar, que eles possam sair dessa situação e que dê tudo certo para eles novamente.
Esperava renovar teu contrato tão cedo, em menos de duas temporadas?
Fico feliz. Como eu disse, quero agradecer a confiança que todos depositaram em mim. Tento fazer o meu melhor desde que cheguei ao Grêmio. Tento dar o meu melhor a cada dia aqui desde quando entro no campo e venho fazendo isso. Isso faz com que você seja valorizado, não só dentro de campo, mas pelo que você faz fora também. Só tenho a agradecer, e que a gente possa continuar crescendo junto aos meus companheiros e rendendo dentro de campo, que é importante também.
Você citou os 11 anos de Cruzeiro, agora tem dois de Grêmio. É recém o começo da história do Alisson no Grêmio?
Desde que cheguei, falo que quero fazer história no Grêmio. Já são três títulos, duas semifinais de Libertadores. Tenho o sonho de conquistar com essa camisa aqui, um clube copeiro, que sempre chega, tanto que é o terceiro ano consecutivo que chega na semifinal da Libertadores, então quem sabe posso conquistar um grande sonho com a camisa do Grêmio que é a Libertadores e que eu possa ficar aqui por muito tempo.