O grande duelo entre Grêmio e Flamengo, pela semifinal da Libertadores, terá seu primeiro capítulo nesta quarta-feira (2), às 21h30min, na Arena. Em campo, um embate, que pode se repetir algumas vezes, chama a atenção: Kannemann e Gabigol.
O zagueiro gremista, desde que chegou ao clube, tem no currículo alguns confrontos diretos com grandes centroavantes. Em 2016, na campanha do penta da Copa do Brasil, enfrentou, por exemplo, Gabriel Jesus, do Palmeiras, e Lucas Pratto, do Atlético-MG.
No ano seguinte, teve com José Sand, artilheiro daquela Libertadores pelo Lanús, um duelo ferrenho no jogo de ida, em Porto Alegre — o defensor ficou de fora da partida de volta por suspensão. Em seguida, teve a missão de tentar parar o francês Benzema na final do Mundial, contra o Real Madrid.
Mais recentemente, nas finais do Gauchão deste ano, Kannemann travou duro embate com Paolo Guerrero nos dois jogos da decisão. Portanto, não é nenhuma novidade para o argentino encarar nomes de peso. Agora, será a vez de ficar frente a frente com o artilheiro do Brasil em 2019. Na temporada, Gabigol soma 32 gols com a camisa do Flamengo.
Para Mauro Galvão, ex-zagueiro com passagem vitoriosa pelo Grêmio, existem formas de tentar diminuir as ações de jogadores como o camisa 9 flamenguista e os demais citados. Ele ainda destaca o fato de tanto Kannemann quanto Gabigol serem canhotos.
— Parar totalmente é difícil, porque são jogadores de alto nível. Em compensação o Kannemann, assim como o Geromel, tem experiência, sabe como funciona. Vai ser bem interessante esse duelo, porque os dois são canhotos. É uma situação atípica, a gente não vê muito isso. Um zagueiro canhoto, se procurar no Brasil, são poucos, e atacante também — ressalta Mauro Galvão.
Em relação à maioria dos centroavantes típicos, os quais Kannemann já enfrentou, Gabigol apresenta características distintas, por ter mais movimentação em campo. Conforme Mauro Galvão, isso pode dificultar o trabalho da zaga.
— Gabriel é um jogador diferente dos outros. Ele não dá uma referência, não fica parado, então pode incomodar nesse sentido, porque não dá aquilo que os zagueiros gostam, que é jogar de costas — alerta.
Quem também exalta o jogador do Flamengo é o ex-centroavante Grafite, atualmente comentarista do SporTV. Conhecedor da posição, ele salienta que o estilo de jogo de Gabigol pode trazer dificuldades ao zagueiro gremista no duelo direto.
— É difícil marcar o Gabriel, pois é um jogador de muitos recursos. Não é um centroavante fixo, de área, aquele "9" que fica parado esperando, se movimenta bastante. Acho que vai ter esse embate com o Kannemann, mas também com os laterais, por causa da postura que ele tem em campo. O argentino, por característica dele, gosta de centroavante do meu estilo, o Guerrero, cara que gosta do contato físico — destaca Grafite.
— Quando o jogador é mais técnico, acho que o Kannemann tem um pouco mais de dificuldade. O cara que sai da área, que leva ele para fora da área e vai no um contra um. Até porque o Kannemann não está no mesmo nível do ano passado. Teve lesão, ficou um tempo fora e não voltou ao padrão que ele joga — acrescenta.
Ainda assim, o comentarista ressalta que o zagueiro do Grêmio também pode dificultar a vida do artilheiro flamenguista, exaltando o confronto entre os dois jogadores:
— O Gabriel também vai ter dificuldade com o Kannemann, porque, por ser um zagueiro mais forte, ele sempre faz com que o jogador vá para o embate com ele. Ou seja, vai proporcionar dificuldade para o Gabriel, fazer com que receba as bolas de costas para o gol, forçar a jogar para trás. Mas vai ser um duelo muito interessante. Gabriel vive grande fase, o Kannemann aos poucos vai recuperando o futebol que o consagrou com a camisa do Grêmio.