Grêmio e Flamengo se enfrentarão na próxima quarta-feira (23) por uma vaga da decisão da Libertadores. Um dos quesitos que pode desequilibrar o confronto da próxima a favor dos gremistas é a experiência em torneios como esse. Semifinalista pelo terceiro ano seguido (com um título), o Tricolor superou adversidades na fase de grupos e no mata-mata antes do encontro contra os cariocas. O Flamengo, que reverteu desvantagem contra o Emelec nas oitavas de final, não chegavam tão longe há 35 anos.
Além disso, o time comandado por Renato Portaluppi tem nove remanescentes do título de 2017: Paulo Victor, Léo Moura, Cortez, Kannemann, Geromel, Michel, Maicon, Luan e Everton – mais Leonardo Gomes, fora do restante da temporada por conta de uma lesão no joelho. Destes, Kannemann ainda foi campeão com o San Lorenzo em, 2014. Um dos mais experientes do grupo, Diego Tardelli levantou o troféu em 2013, com o Atlético-MG. Do lado do Flamengo, apenas o colombiano Orlando Berrío, reserva no time de Jorge Jesus, conquistou a Libertadores. Foi em 2016, com o Atlético Nacional.
Para Baidek, ex-zagueiro e campeão da Libertadores em 1983 com o Grêmio, a experiência gremista não conta tanto em uma decisão como a da próxima quarta-feira.
— O Flamengo, apesar de não ter tantos jogadores que conquistaram a Libertadores, tem atletas com passagens por grandes clubes europeus e com títulos da Liga dos Campeões (Rafinha foi campeão com o Bayern, em 2013). Tenho certeza que o que vai fazer a diferença é o estudo dos dois treinadores. Jogos de mata-mata são sempre complicados — afirmou.
Já Danrlei, ex-goleiro campeão em 1995 e atualmente deputado federal, discorda.
— Acho que a experiência ajuda o time a não se assustar em momentos complicados do jogo, mas, na minha visão, isso vale mais quando os clubes são de países diferentes. Acredito que o Grêmio, por ter mais experiência, possa ter mais tranquilidade em alguns momentos da partida — disse o ex-goleiro.
Para Valdir Espinosa, técnico campeão da Libertadores com o Grêmio em 1983, o que realmente faz a diferença não é a experiência de quem entra em campo, mas sim, a bagagem de quem está na casamata.
— Claro que a experiência é importante, mas acho que o treinador é quem faz a diferença. Ele quem dirige, e o Renato tem uma Libertadores como jogador e uma como treinador. É ele quem passa o que deve ser feito. Não passa apenas a história, mas também como foi a história que ele participou. Ele mostra para os atletas o que eles vão viver e pode dizer: "Eu vivi e venci". Para mim, essa é a maior vantagem do Grêmio — concluiu.
Na primeira partida, as equipes empataram em 1 a 1, na Arena. Quem vencer no dia 23 avança para enfrentar Boca Junior ou River Plate na decisão, em 23 de novembro, no Chile.