O Grêmio encara o Ceará a partir das 21h desta quarta-feira (9), no Estádio Centenário, em Caxias do Sul, com o objetivo de se aproximar do G-6 do Campeonato Brasileiro. Mas, para encostar nos times melhores colocados na tabela, precisa melhorar o rendimento contra as equipes que brigam para não cair para a Série B. Diante do 16º, primeiro fora da zona de rebaixamento, o Tricolor gaúcho terá a missão de superar os 44,4% de aproveitamento conquistados até agora na competição enfrentando os candidatos ao descenso.
Nas 23 rodadas que já foram disputadas até agora, o time de Renato Portaluppi fez nove jogos contra as sete piores equipes do campeonato — Fortaleza, Fluminense, Ceará, CSA, Cruzeiro, Avaí e Chapecoense. Foram três vitórias, três derrotas e três empates, o equivalente a 12 pontos somados em 27 disputados. Para ex-técnicos da equipe cearense, o Grêmio precisa se manter atento o jogo todo para não ser surpreendido pelo Vozão, como é conhecido o time nordestino.
— Nesses jogos considerados mais tranquilos, talvez o Grêmio não tenha se concentrado da maneira que precisa para ganhar. Porque os últimos colocados na tabela querem permanecer na Série A e tratam toda partida como uma decisão — avalia Lisca, que comandou o Ceará em 54 jogos entre a temporada passada e o início deste ano.
— O Grêmio é um dos times a ser batido no futebol brasileiro, ao lado de Flamengo e Palmeiras. Isso faz com que os outros times redobrem sua atenção, e às vezes é mais difícil ter essa mesma situação sendo o Grêmio — complementa Silas, técnico campeão gaúcho com o Tricolor em 2010 e vencedor da Copa do Nordeste de 2015 pelo Ceará.
Essa falta de concentração talvez explique as duas derrotas para o Fluminense, por 5 a 4 no primeiro turno, na Arena, e por 2 a 1 na 22ª rodada, no Maracanã. Ou quem sabe o empate em 3 a 3 com a Chapecoense, em Porto Alegre, no início de agosto. Mas não pode ser dita sobre as goleadas contra Cruzeiro e Avaí, no mês passado, após a eliminação gremista da Copa do Brasil, quando a equipe precisava dar uma resposta após o desempenho muito abaixo na Arena da Baixada.
Ainda que o número de gols marcados ante esses adversário da parte debaixo da tabela seja alto — 21 em nove jogos —, foram 15 sofridos. Aliás, na derrota para o Fluminense por 5 a 4 e no empate em 3 a 3 com a Chapecoense, foram sete gols marcados e oito sofridos. Muitos gols, mas apenas um ponto que foi para a conta tricolor.
Lisca entende que jogar no Centenário e não na Arena pode ser uma vantagem para o Vozão. Como a casa gremista receberá o show da banda britânica Iron Maiden, a partida foi transferida para Caxias do Sul, algo que não é visto com maus olhos especialmente para um jogador do Grêmio: Pepê.
No estádio do Caxias, o garoto de 22 anos, que será o substituto de Cebolinha nesta noite, marcou três gols nesta temporada — dois pelo Gauchão e um pelo Brasileiro. O atacante não é fã do grupo de heavy metal, mas até gostou da mudança do local do jogo:
— Não sou muito desse tipo de música, mas até é bom, porque tenho bom retrospecto no Centenário. É um estádio que está me dando muitas alegrias neste ano. Espero, se tiver a oportunidade, conseguir fazer outra boa atuação.
Desfalques nos dois lados
Para o duelo com o Ceará, há um problema a mais: três desfalques por convocações. Everton e Matheus Henrique estão com a Seleção Brasileira e Kannemann com o combinado argentino. Sem um de seus volantes construtores e sem o artilheiro do time na temporada, fazer gol poderia ser considerado algo difícil para o time de Renato. Mas aí entra a força do grupo gremista.
— Você perde a juventude do Matheus Henrique, que está vivendo um momento espetacular, mas ganha consistência e experiência com a dupla Maicon e Michel. Na frente pode colocar o Pepê ou até mesmo André, abrindo o Tardelli. O Grêmio hoje tem muitas opções. Isso facilita o trabalho do treinador — garante Silas.
Mas vencer um Ceará que vem de nove jogos sem vitórias e precisa somar pontos para se afastar do Z-4 não será uma tarefa fácil. Com objetivos distintos na competição, também será um confronto entre propostas de jogo, avalia o técnico Lisca:
— É uma partida decisiva, para o Ceará especialmente. Vai ser difícil para o Grêmio, mesmo com esse retrospecto ruim do Ceará. É o segundo jogo do Adílson (Batista) no comando, e até pelo histórico dele, deve vir fechadinho, apostando na marcação forte. Acredito que empatar seria como uma vitória.
O Ceará também tem baixas. Leandro Carvalho, lesionado, Wescley, por opção técnica, e Lima, que pertence ao Tricolor, estão fora do jogo.
Retrospecto do Grêmio contra os sete últimos colocados na tabela do Brasileirão:
- 9 jogos
- 3 vitórias
- 3 derrotas
- 3 empates
- 44,4% de aproveitamento
- 21 gols marcados
- 15 gols sofridos
2ª RODADA
1/5 Avaí 1x1 Grêmio
3ª RODADA
5/5 Grêmio 4x5 Fluminense
5ª RODADA
19/5 Ceará 2x1 Grêmio
8ª RODADA
8/6 Grêmio 1x0 Fortaleza
12ª RODADA
29/7 CSA 0x0 Grêmio
13ª RODADA
5/8 Grêmio 3x3 Chapecoense
18ª RODADA
8/9 Cruzeiro 1x4 Grêmio
21ª RODADA
26/9 Grêmio 6x1 Avaí
22ª RODADA
29/9 Fluminense 2x1 Grêmio