Uma das grandes rivalidades do país abre nesta terça-feira (20) as quartas da Libertadores. Grêmio e Palmeiras se enfrentam na Arena, às 21h30min, reacendendo as disputas que marcaram a metade dos anos 1990, quando protagonizaram confrontos memoráveis não só pela mesma competição continental, como também por Copa do Brasil e Brasileirão.
O curioso é a mudança de estilo das equipes nessas duas décadas e meia. Quem saiu da Terra em 1996 e voltou agora vai imaginar que o Grêmio veste verde e o Palmeiras, azul, preto e branco.
Há 23 anos, os gaúchos eram o símbolo do futebol-força, com um time valente, aguerrido, forte na jogada aérea, ríspido, enquanto os paulistas praticavam o que se convencionou chamar de futebol-arte, com troca de passes, lances plásticos e técnicos.
Hoje, sob a batuta de Renato, o Tricolor é quem mantém a posse, não se importa de tocar a bola quantas vezes precisar, evita o balão para a área e reclama da violência. O Palmeiras, comandado por Felipão, deixa que o adversário controle as ações, marca com vigor e aposta em lançamentos para o centroavante cabecear e alguém pegar rebote.
Os dois se enfrentaram no sábado passado, em um aperitivo do encontro. Se não usaram titulares, ao menos a característica principal das duas equipes estava presente. Hoje à noite, porém, com força máxima, a tendência é de que tudo fique mais evidenciado.
Sobre isso, inclusive, o Grêmio não deve ter mistérios. De Paulo Victor a Everton, a equipe já é conhecida. Até mesmo a dúvida de sempre, André ou Tardelli, não se faz necessária, depois que André voltou a marcar, diante do Athletico-PR na semana passada, pela Copa do Brasil.
— Se a gente parar para ver, outros grandes atacantes também estavam vivendo esse período de seca. Faz parte. O que não pode é deixar de trabalhar. Eu trabalhei. Uma hora a bola iria entrar. Os gols voltaram — disse o centroavante.
O Palmeiras, por outro lado, está cercado por pontos de interrogação. Do meio para trás, Weverton, Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez, Diogo Barbosa, Felipe Melo e Bruno Henrique estão confirmados.
Dudu, também. Restam três posições abertas, disputadas por quase uma dezena de jogadores. Atenção para a qualidade da nominata: Raphael Veiga, Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Ramires, Willian, Zé Rafael, Arthur Cabral, Deyverson, Luiz Adriano, Carlos Eduardo, Borja, Hyoran. Isso que o centroavante Henrique Dourado nem inscrito foi, recuperando-se de lesão.
Apesar dessa vasta quantidade de nomes, o Palmeiras tem uma ideia clara, de jogar esperando os donos da casa e especular em contra-ataques, como disse Dudu após o jogo de sábado:
— Acho que podemos aproveitar os espaços que o Grêmio vai dar para a gente. Mas temos de nos impor mais, não podemos recuar como fizemos no finalzinho.
Quase 50 mil pessoas deverão estar na Arena para reviver uma noite de Copa como as de 1995/96. E o histórico daquela época é favorável: o Grêmio passou na Copa do Brasil e na Libertadores de 1995 e no Brasileirão de 1996. Só caiu na Copa do Brasil de 1996.