O Grêmio contou com o protagonismo de Alisson para vencer o Bahia por 1 a 0 e avançar às semifinais da Copa do Brasil. Foi dele o único gol da partida, depois de driblar dois marcadores e bater cruzado, sem chances para o goleiro Douglas, e também o lance que originou a expulsão do lateral-esquerdo Moisés.
Antes de a bola rolar na Arena Fonte Nova, na quarta-feira (17), ele era dúvida no time titular. Principalmente porque o garoto Pepê vem de boas atuações, especialmente a do fim de semana passado, quando fez os dois gols na vitória de virada sobre o Vasco, pelo Brasileirão. Mas, independentemente de sair jogando ou não, Alisson afirma que o mais importante é a equipe alcançar seus objetivos.
— Me sinto muito privilegiado. Tenho um ano e meio de Grêmio, 74 partidas e gols importantes. Desde que cheguei, deixei bem claro que não importa ser titular ou reserva. Não vou falar que não quero jogar, mas o mais importante é ajudar o time — falou o atleta em entrevista à imprensa na tarde de quinta-feira.
Mas não é de hoje que o meia-atacante de 26 anos se destaca por aparecer nos momentos de decisão. Com a camisa tricolor, marcou nos acréscimos da partida contra o Estudiantes, pelas oitavas de final da Libertadores do ano passado. Aquele gol levou a disputa para os pênaltis e o Grêmio se classificou para enfrentar o Atlético Tucumán. Ainda antes disso, quando atuava nas categorias de base do Cruzeiro, foi bicampeão do Campeonato Brasileiro sub-20, em 2010 e 2012, inclusive marcando na final do torneio, na vitória por 2 a 1 sobre o Inter, há sete anos, no Estádio Passo D'Areia, em Porto Alegre.
— Toda vez que preciso do Alisson, ele joga bem. O Pepê também, mas, apesar de ter ido bem pela direita, ele joga mais na esquerda. É importante ter um grupo, com jogadores que estão bem — salientou o técnico Renato Portaluppi após a classificação em Salvador.
Natural de Rio Pomba, município do interior de Minas Gerais, cerca de 250 quilômetros da capital Belo Horizonte, Alisson chegou ao Grêmio graças a uma troca envolvendo a ida do lateral-direito Edilson ao Cruzeiro. Como bom mineiro, desembarcou em Porto Alegre comendo pelas beiradas e buscando o seu espaço em uma equipe que tinha Ramiro, Luan, Everton e Jael como titulares.
As primeiras chances vieram no Gauchão, com o time de transição. Depois, passou a entrar na maioria dos jogos e iniciou entre os 11 na decisão da Recopa Sul-Americana, na Arena. Naquela oportunidade, conquistou seu primeiro título com a camisa gremista, ainda que tenha sido substituído aos 35 minutos do segundo tempo para a entrada de Maicosuel e não tenha participado da prorrogação nem da decisão por pênaltis.
Desde o início, era possível notar sua velocidade e qualidade técnica, qualidades destacadas por Alexandre Gracelli, técnico do sub-17 do Cruzeiro, que trabalhou com ele nas categorias de base do clube mineiro. Seu ex-comandante ressalta, além dessas virtudes, a obediência tática de Alisson como um dos principais atributos do atleta.
— A gente pode resumir o Alisson como um jogador do futebol moderno, bem versátil, inteligente no processo defensivo, muito participativo no processo ofensivo do jogo. Enfim, um jogador que ainda vai dar muita alegria ao futebol brasileiro — diz.
Gracelli ressalta, ainda, a evolução do jogador. Quando chegou ao Cruzeiro, em 2009, começou atuando como meia armador. Depois, passou a treinar em uma função parecida com a que executa hoje, no Grêmio, mais aberto. Além disso, o técnico recorda que, fora de campo, Alisson também se mostrava dedicado:
— É um jogador que se destacou na base pelos próprios méritos. É um grande ser humano. Isso a gente podia perceber no dia a dia aqui na Toca da Raposa. Nunca teve nenhum tipo de problema disciplinar.
Assim, ainda que dispute uma vaga no time com Pepê, Alisson tem sido o talismã de Renato Portaluppi em momentos decisivos. E, se depender da contribuição recente, não irá para o banco de reservas nos principais jogos da temporada.
ALISSON COM A CAMISA DO GRÊMIO
- 74 jogos
- 3958 minutos em campo
- 11 gols
- 10 assistências
- 64 desarmes
- 12 cartões amarelos