Uma das surpresas do Grêmio nos últimos jogos foi o retorno do jovem Patrick ao grupo principal. Contra o Juventude, pela Copa do Brasil, ele ficou no banco de reservas, enquanto na derrota para o Bahia foi utilizado pelo técnico Renato Portaluppi nos 10 minutos finais da partida.
Em 2017, Patrick fez parte do grupo que foi utilizado durante o Brasileirão, já que o Grêmio estava na reta final da Libertadores e usava seguidamente um time reserva na competição nacional. Depois de se destacar em suas primeiras aparições, foi cotado para estar na lista de inscritos da Libertadores daquele ano, como chegou a dizer o presidente Romildo Bolzan Junior à época.
— Chegou a hora de falar sobre isso, porque nas semifinais vamos poder inscrevê-lo. O Patrick vai ser inscrito. Esta é a política de um clube que valoriza e tem a perspectiva de valorizar os jogadores da casa. Foi assim com Luan, com Everton, com Arthur — disse o mandatário gremista, antes de enfrentar o Barcelona-EQU.
Porém, Renato optou por inscrever o volante Cristian, o centroavante Jael e o meia Cícero. A experiência pesou na escolha do treinador.
— Nós podíamos ter pensado no Patrick, mas daí a gente trouxe o Cícero. Então, é importante um jogador com a experiência dele, que joga em várias posições — disse o técnico, em outubro de 2017, pouco antes das inscrições serem feitas.
Patrick permaneceu no grupo até o final daquela temporada e terminou o ano com 14 atuações, cinco delas como titular. No total, o então camisa 43 atuou por 505 minutos. Porém, acabou perdendo espaço no começo de 2018 e foi emprestado para o Criciúma após atuar em apenas um jogo do Gauchão, quando os reservas gremistas perderam para o Caxias por 5 a 3. Em Santa Catarina, não conseguiu jogar e só entrou em campo em sete vezes, na Série B, todas elas saindo do banco de reservas.
De volta ao Grêmio em 2019, Patrick foi para o grupo de transição e acabou se destacando na invicta excursão à Europa. Nos seis jogos em gramados de Portugal e Espanha, marcou três gols e foi um dos goleadores da equipe.
— Patrick é um meia da mesma geração que Lincoln e Jean Pyerre. Na base, não conseguiu ter a mesma sequência de oportunidades para jogar e acabou ficando para trás. Não conseguiu jogar no Criciúma também e voltou para a transição, onde começou um trabalho de desenvolvimento nas carências e, assim, evoluindo sua intensidade de jogo, potência, ações táticas sem bola e conceitos de jogo—afirma uma pessoa que conhece de perto a evolução do atleta.
Este trabalho exigido no grupo de transição fez Patrick evoluir em aspectos como pressão na bola (ação após perder a posse), infiltração, finalização e algo muito exigido dos meias atuais: entrar mais na área para fazer gols.
A evolução do jogador de 20 anos é considerada muito boa. Outro dado apontado é que Patrick jogou 90 minutos contra o Figueirense, na estreia do Grêmio no Brasileirão de Aspirantes, algo que ele que não fazia há três anos. O bom momento, aliado a uma maturidade maior, fizeram que o meia, que tem como principais características o drible e qualidade técnica, se tornasse o destaque da equipe sub-23 e garantisse uma volta ao elenco de Renato Portaluppi.
Confira os números de Patrick por Grêmio e Criciúma:
Grêmio - 2017
15 jogos (5 como titular)
505 minutos em campo
nenhum gol marcado
Grêmio - 2018
1 jogo
26 minutos em campo
nenhum gol marcado
Criciúma - 2018
7 jogos
182 minutos em campo
nenhum gol marcado