A partida da noite desta quarta-feira (8) contra a Universidad Católica pode representar um novo momento para o Grêmio após os tropeços no Brasileirão ou a continuidade de vexames na Arena. Podendo até mesmo empatar para avançar às oitavas de final, o time do técnico Renato Portaluppi aposta no duelo das 19h15min como um divisor de águas na temporada, que teve o título gaúcho invicto, mas um começo difícil tanto na Libertadores quanto no campeonato nacional.
Para superar a equipe chilena, que precisa da vitória para se classificar, o treinador gremista garante que seu time não vai mais "dar mole" — expressão repetida diversas vezes por ele depois do fiasco contra o Fluminense, no domingo, quando o Grêmio abriu 3 a 0 em 21 minutos e acabou derrotado por 5 a 4.
— Vamos voltar a fazer o que estamos acostumados. Não vou mudar muito. O Grêmio não entra para empatar. Em dois anos e meio, conquistamos seis títulos, respeitando os adversários, mas buscando vencer. Se eu tenho as peças, vou jogar sempre para ganhar. Assim, estou sempre mais perto da vitória. Até podemos perder, mas não vamos mais dar mole — salientou.
Pelas palavras do treinador, fica claro que a equipe tirou lições das recentes derrotas para que isso não aconteça no jogo decisivo desta noite. Até porque, além de evitar uma crise que poderia ser a maior desde a volta de Renato ao comando do Grêmio, em setembro de 2016, seguir na Libertadores representa confiança para a estreia na Copa do Brasil e a possibilidade de retomada no Brasileirão, além do aspecto financeiro.
Sem o torneio continental, as receitas do quadro social, de bilheteria e de vendas de produtos poderiam ser impactadas negativamente. Sem contabilizar as premiações oferecidas pela Conmebol, que representa US$ 1,05 milhão (pouco mais de R$ 4 milhões) aos cofres das equipes que chegarem às oitavas, US$ 1,2 milhão (quase R$ 5 milhões) aos times que avançarem às quartas, US$ 1,75 milhão (cerca de R$ 7 milhões) para os semifinalistas e US$ 12 milhões (mais de R$ 47 milhões) ao campeão — e metade para o vice.
— Ultrapassando essa fase, começa tudo do zero. Vamos reagrupar, remotivar o time. Por isso, a vitória é tão importante, porque recupera a autoestima. O peso do jogo é 100%. Temos de superar qualquer dificuldade técnica, motivacional — comentou o ex-presidente do clube Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, o Cacalo.
Mas o Grêmio precisará superar diante da Católica um retrospecto ruim no ano contra clubes de Série A — seja do Brasil ou de outros países do continente. Contando os três Gre-Nais do Gauchão, mais os cinco jogos da Libertadores e as três primeiras rodadas do Brasileirão, o time somou apenas 13 de 33 pontos disputados. Contudo, para o conselheiro Raul Regis de Freitas Lima, o time gaúcho é acostumado com esse tipo de pressão.
— O Grêmio, tradicionalmente, cresce nas grandes competições. A partida contra o Fluminense foi uma excepcionalidade e serve de exemplo para que nunca mais aconteça. Mas, pela grandeza do clube, pelo plantel e pela direção que temos, acho que o time vai dar a volta por cima e se classificar com tranquilidade — destacou.
Para que esse desejo se torne realidade, a equipe terá de suplantar a ausência de Matheus Henrique, suspenso. Em seu lugar, Renato deve mandar a campo Michel, deste vez como volante, ao lado de Maicon. A única dúvida segue sendo no setor direito de ataque, em que o treinador poderá escalar Alisson, Thaciano ou Montoya. No mais, estarão em campo os mesmos que deram nova vida ao Tricolor na Libertadores e o título estadual no mês passado.