O jogo das 19h deste sábado (11), no Itaquerão, entre Corinthians e Grêmio, poderá representar uma nova chance para Luan e um reencontro para Ramiro. Sem Jean Pyerre, lesionado, o melhor jogador da América em 2017 pode ter a oportunidade de voltar a ser titular depois de cinco semanas. Já o motorzinho, que trocou o tricolor gaúcho pela equipe paulista nesta temporada, fará a sua primeira partida contra o ex-clube — pelo qual foi multicampeão entre 2016 e 2018.
Ainda que não estejam confirmados para sair jogando, ambos têm boas chance de iniciar a partida. A oportunidade para Luan surge devido à ausência do garoto Jean Pyerre, que se recupera de uma bursite no ombro. Já o corintiano, vem atuando como segundo volante na vaga de Júnior Urso, parado desde o primeiro jogo da final do Paulistão contra o São Paulo, em 14 de abril, devido a uma lesão na coxa direita.
Pelo time principal, Luan não começa um jogo desde a derrota para a Universidad Católica, no Chile, no dia 4 de abril. Em má fase, ele chegou a ser afastado para recondicionamento físico. Voltou duas semanas depois, no Gre-Nal decisivo do Gauchão, em 17 de abril, mas ainda não conseguiu ter destaque. A única vez em que saiu jogando foi contra o Avaí, em 1º de maio, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Mas, na ocasião, Renato escalou um time misto.
Seu concorrente pela posição no meio-campo gremista, Thaciano fez questão de elogiar o companheiro. Para o paraibano, que completa 24 anos neste domingo, a má fase do camisa 7 é passageira.
— Ele está confiante. É um dos que mais trabalham aqui. Sempre chegando mais cedo e saindo mais tarde do que todo mundo. Tenho certeza de que ele vai voltar a ser o Luan que encantou o Brasil — disse em entrevista na manhã de sexta-feira.
A confiança é reforçada pelo ex-atacante Luís Mario, o "Papa-Léguas", campeão brasileiro pelo Corinthians em 1999 e da Copa do Brasil pelo Grêmio em 2001. Na opinião dele, Luan continua sendo um jogador importante para o clube.
— O Luan tem uma história muito bonita no Grêmio. Tudo bem, ele não vive um bom momento, mas é um grande jogador. É importante voltar a jogar e ter sequência. Renato deu uma respirada nele, mas é um cara que tem muita qualidade, que é diferente — avaliou Luís Mario, que também falou sobre o encontro de Ramiro com o antigo clube:
— Ramiro é outro cara que tem uma trajetória bacana no Grêmio. É sempre bom reencontrar os ex-companheiros, mas em campo acredito que ele vá fazer a parte dele, que é ajudar o Corinthians.
Esse ponto é reforçado pela família de Ramiro. O pai do jogador, Gilnei Benetti, comentou que é um encontro diferente para ele.
— Temos uma expectativa muito grande para esse jogo. Evidentemente que a gente fica com o coração dividido, mas eu sou Ramiro Futebol Clube — afirmou.
Ele conta que torce para o Grêmio, tanto que esteve na Arena na final do Campeonato Gaúcho e também na vitória diante da Universidad Católica, na quarta-feira passada, pela Libertadores. Contra o Corinthians, porém, a torcida será pelo sucesso de Ramiro.
— Independentemente das nossas paixões pessoais, quero a felicidade do meu filho — destacou Benetti, que assistirá ao jogo em Porto Alegre.
Se o atleta do Corinthians e sua família são gremistas, na infância Luan era torcedor do rival deste sábado. Natural de São José do Rio Preto, no interior paulista, ele e os amigos costumavam jogar futebol quando crianças vestindo a camisa do Timão. Em 2017, inclusive, uma foto em que o jogador do Grêmio aparece com a camisa do Corinthians viralizou nas redes sociais. A imagem, contudo, era de 2012, na festa pelo bi Mundial conquistado pelo clube naquele ano, quando ele sequer atuava pela equipe gaúcha.
— Pela identificação que o Luan tem com o Grêmio, por estar a muitos anos em Porto Alegre, vai encarar de forma natural. Quem pode sentir mais essa relação é o Ramiro, porque participou de grandes conquistas pelo clube, tem a identidade com o Estado e recém chegou ao Corinthians — entende o ex-meia de Grêmio e Corinthians Marcelo Mabília.
O certo é que a partida tem um peso importante tanto para Luan, quanto para Ramiro. Ambos precisam mostrar aos seus comandantes por que devem ser titulares. Cada um com suas paixões, com suas características e, principalmente, com a vontade de provar que merecem vestir camisas tão pesadas quanto as de Grêmio e Corinthians.