Adversária do Grêmio nesta quinta-feira (3), a Universidad Católica conta com a experiência do técnico Gustavo Quinteros, 54 anos, para seguir na vice-liderança do Grupo H da Libertadores. Argentino naturalizado boliviano, o treinador teve passagens recentes no comando das seleções da Bolívia e também do Equador, na qual treinou o ex-gremista Miller Bolaños.
Quinteros assumiu a Católica no início do ano, substituindo o espanhol Beñat San José, que deixou a equipe após a conquista do título chileno no ano passado. Nesta entrevista, ele diz que espera uma partida franca no Estádio San Carlos de Apoquindo e revela o que conhece da equipe de Renato Portaluppi.
Como sua equipe vai encarar a partida contra o Grêmio? É uma eliminatória para seguir na Libertadores?
A partida contra o Grêmio será muito importante. Afinal, Grêmio precisa ganhar, já que perdeu pontos dentro de sua casa na Libertadores. Nós também precisamos vencer, acredito que será uma partida aberta, em que as duas equipes irão propor jogo e buscar a vitória. Espero que possamos jogar uma grande partida e obter um bom resultado.
Quais características se destacam mais em sua equipe?
Nossa ideia de jogo é clara. É tratar de jogar um bom futebol, jogo associado, com saída de jogo com qualidade para se impor no campo do rival, buscando ser protagonista nas partidas. O Grêmio tem uma ideia similar de jogo. No dia da partida, os jogadores é que vão decidir em campo. O time que jogar melhor, que realizar melhor seu trabalho, terá mais possibilidades de ganhar.
Em sua equipe, um dos principais nomes é Diego Buonanotte. No entanto, hoje ele é reserva. O que ocasionou a saída dele do time?
É um jogador importante no plantel. Depois que ele se lesionou, começamos a jogar com um esquema de jogo diferente. O único inconveniente para ele agora é o esquema que estamos utilizando. Mas não é algo definitivo, a qualquer momento ele pode iniciar uma partida ou entrar no segundo tempo. Até para mudar o sistema de jogo para algum em que ele se sinta mais cômodo. Para mim, é um atleta muito importante. Para a equipe, também. Depois que se recuperou da lesão, começou a jogar alguns minutos e está evoluindo muito bem.
A grande liderança da Católica é o goleiro Dituro?
O Dituro foi muito importante para a conquista do título do Campeonato Chileno em 2018. Agora, ele está em um ótimo momento também.
O que podes dizer sobre o momento de atacantes como Puch, Saéz e Fuenzalida?
Nossa equipe mudou quatro ou cinco jogadores em relação ao ano anterior. Atletas que chegaram em ótimas condições ao plantel. Estes três estão jogando mais à frente e dando profundidade ao ataque. Eles geram boas chances ofensivas, que são muito importantes para nossa equipe. Eles têm a missão de terminar as jogadas, por isso estão mais envolvidos com as situações de gol.
Como será o clima no San Carlos de Apoquindo, um estádio que é um caldeirão para os adversários?
O apoio da torcida é muito importante para a gente. Em momentos difíceis, situações adversas em uma partida de futebol, esta força é fundamental. Uma motivação para reverter um cenário complicado. São torcedores apaixonados, que alentam durante toda a partida. Isso é importantíssimo para os jogadores em campo.
A pressão sobre o Grêmio para somar pontos fora de casa pode ser um fator benéfico para a Católica?
O Grêmio tem a obrigação de ganhar. É uma equipe grande e necessita dos pontos. Mas nosso time também precisa vencer, precisamos pontuar em casa. Vai ser uma partida lá e cá, em que os dois times vão sair para o jogo e tentar ganhar. Quando as duas equipes têm esta postura, aparecem espaços nos dois lados. Quem aproveitar melhor as chances ficará mais perto da vitória.
O que te parece o Grêmio de Renato Portaluppi? Está melhor ou pior em relação ao semifinalista contra o River Plate em 2018?
O Grêmio é uma equipe forte, tem ao menos dois jogadores por posição em nível de titularidade. É um clube com muito mais poder econômico em relação à Católica e a todas as equipes do grupo. Então, sempre será um adversário muito duro. Ainda estamos analisando o adversário para ter uma ideia de como eles jogarão. O que pude ver é que a equipe está mudando bastante de um jogo para o outro, trocando atletas de defesa, meio-campo e ataque. Evidentemente, tem muitos jogadores com bom nível. Por ser um time forte, não se pode dizer que é melhor ou pior em relação a 2018. Mas, seguramente, será um adversário que nos trará muitas dificuldades.
O Grêmio é um clube grande que tenta vencer jogando em todos os estádios e está acostumado com a Libertadores
GUSTAVO QUINTEROS
Técnico da Universidad Católica
Quais jogadores te preocupam mais no Grêmio? Sua equipe terá cuidados especiais com Everton e Luan?
São muitos nomes importantes, principalmente o Everton, que tem sido convocado para a seleção. É um jogador capaz de desequilibrar o jogo. Luan já conhecemos há algum tempo, um meia ofensivo que joga pelo centro do campo que faz gols e dá o último passe. Também tem bons atacantes, como André e Vizeu (não relacionado para o jogo). Tem meias pelos lados como Montoya, Tardelli e Pepê. São jogadores que podem mudar um jogo. Tudo isso com o apoio de volantes como Maicon, Matheus e Darlan (não inscrito na Libertadores), que controlam muito bem a bola.
Qual será o impacto do retorno do zagueiro Pedro Geromel ao time do Grêmio para o jogo em Santiago?
É um defensor muito importante para Grêmio. Tem muita experiência e categoria. A defesa é muito firme, seja com Kannemann, Geromel e Paulo Miranda (lesionado). Ou também com Michel e Rômulo, que se saíram bem ali. São muitos jogadores que suportam uma estrutura defensiva, um time muito bem treinado e que tem mais de 11 jogadores titulares. Assim, o técnico pode variar em partidas diferentes. Teremos de jogar em nosso melhor nível para vencer.
Como você espera a postura do Grêmio no Apoquindo? Entende que Renato terá mais cautela ou pressionará para vencer?
Seguramente, Grêmio jogará para tratar de ganhar. Não acredito que o treinador tenha algum temor de jogar aqui no Apoquindo. O Grêmio é um clube grande que tenta vencer jogando em todos os estádios e está acostumado com a Libertadores. Tanto que foi campeão e seguramente será um adversário forte. Teremos que dar tudo para vencer e seguir brigando pela classificação.