Ao todo, o Grêmio contabiliza 19 participações em Libertadores, tendo conquistado três vezes o torneio. Por tanta tradição, é difícil ver o clube em terceiro lugar no Grupo A, correndo o risco de ficar de fora das oitavas de final. Nas últimas 15 edições em que participou, o Tricolor passou pela fase de grupos. A última vez que acabou ficando de fora das oitavas foi em 1990 — ano em que o clube fez sua primeira partida em solo paraguaio. Por isso, acima de tudo, o compromisso desta terça (23) será uma chance de reescrever a história.
Há 29 anos, o Grêmio chegava ao torneio como campeão da Copa do Brasil. Sob o comando de Paulo Sérgio Poletto, o time estreou com vitória sobre o Vasco no Estádio Olímpico. A seguir, embarcou para Assunção para dois jogos em sequência fora de casa. No primeiro, acabou derrotado pelo Olimpia por 1 a 0. Depois, perdeu por 3 a 1, de virada, para o Cerro Porteño.
— É muito complicado jogar lá. Eles exercem uma pressão muito grande, ainda mais contra equipes brasileiras. Tem a questão da torcida, de chegar antes ao estádio, mas também a questão da arbitragem, pois a sede da Conmebol é lá dentro. Estive lá também com o Atlético-MG na final da Copa Conmebol, em 1992 — relata Luís Eduardo, hoje treinador do Soledade e que era zagueiro daquele time gremista.
As derrotas causaram a demissão do treinador, que viria a ser substituído por Evaristo de Macedo. Ainda assim, não foi possível evitar a eliminação. Embora três clubes passassem de fase, o Tricolor encerrou sua participação na lanterna da chave, com mais uma derrota e dois empates.
— Hoje é muito diferente. A gente vê o futebol que o Grêmio está jogando e as outras equipes têm um pouco de medo pela conquista de títulos. Isso te dá uma grandeza. O Libertad está em uma situação mais tranquila e, por isso, talvez o Grêmio não encontre uma hostilidade muito grande. Eu diria até que deve facilitar. Vejo plenas condições de o Grêmio sair com resultado positivo de lá — atesta o ex-zagueiro tricolor.