Após a sexta goleada em nove jogos pelo Gauchão — 3 a 0 sobre o São José, sábado (9) —, o Grêmio se prepara para um confronto que promete ser bem mais competitivo, nesta terça-feira, valendo pela segunda rodada da Libertadores. E encarar o líder do Grupo H, apesar da turbulência vivida pelo Libertad após a demissão surpreendente de seu treinador, deixa o vestiário tricolor em alerta. O técnico Renato Portaluppi pede atenção com o possível "sangue novo" paraguaio.
— O Rosario Central também estava em "crise". Não acredito que o Libertad esteja em "crise" por causa da troca do treinador. Eles ganharam o primeiro jogo por 4 a 1. E, além disso, não existe jogo fácil em Libertadores. Eles vão nos dar trabalho, mas eu confio bastante no meu grupo. O Grêmio também vai dar trabalho para eles — afirma Renato.
Desfalque na estreia, o volante Michel treinou normalmente no domingo, no CT Luiz Carvalho, e está cada vez mais perto de retornar ao time do Grêmio. A tendência é que ele, recuperado de torção no tornozelo direito, seja a novidade na equipe em relação à equipe que ficou no 1 a 1 na Argentina. Assim, o Grêmio ideal se desenha numa semana com dois duelos quentes em casa: Libertad pela Libertadores, na terça, e Gre-Nal pelo Gauchão, no domingo.
— Precisamos fazer o nosso dever de casa. Convoco nosso torcedor para que eles possam estimular o nosso grupo a conseguir uma vitória — ressaltou Renato.
O grupo de jogadores do Grêmio avalia sob dois pontos de vista a súbita troca de técnico no time adversário.
— Pelo pouco que conseguimos acompanhar, vimos que o Libertad está muito bem. Sempre quando chega um técnico novo, todo mundo quer mostrar trabalho e serviço, mas às vezes existe um desentendimento até todos entenderem o que o professor quer. Mas eles estrearam bem. Será um jogo entre duas equipes fortes — disse o meia Jean Pyerre, de boa atuação em Rosario.
Já o volante Matheus Henrique, que também entrou bem na Argentina, prefere ressaltar o bom rendimento do Libertad na partida de estreia:
— O Libertad vem motivado. Eles são os líderes da nossa chave, ganharam na estreia e ganharam bem. O jogo contra um time paraguaio é um jogo chato. Vamos ter que impor nosso ritmo de jogo. Com a nossa torcida, somos fortes.
A imprensa paraguaia admite que um clima de incógnita tomou conta do Libertad após a saída de Leonel Álvarez e a chegada do ex-zagueiro argentino Jose Chamot. Apesar do vasto currículo como jogador — disputou as Copas de 1994, 1998 e 2002 —, o novo comandante havia trabalhado como técnico em apenas três partidas no ano passado como interino, pelo Rosario Central.
— O clube não está em crise, mas está em um ambiente de incerteza, tendo em vista que o novo técnico não tem experiência dirigindo uma equipe e menos experiência ainda com o Libertad — avalia o jornalista Wilson González, do jornal ABC Color, de Assunção.
Até o momento, Chamot comandou o Libertad em apenas uma partida, no empate por 2 a 2 com o Sportivo Luqueño, no sábado. De acordo com o repórter Pablo Pedrero, da Rádio 1120, de Assunção, já foi possível notar uma evolução, ainda que a base do time tenha sido a reserva:
— Apesar do empate, o Libertad voltou a ser uma equipe mais compacta, atacou melhor e teve mais a bola. E é um treinador ofensivo, que manda os laterais ao ataque ao mesmo tempo.