Maior contratação do Grêmio na temporada, Diego Tardelli marcou seu primeiro gol com a camisa tricolor no último domingo (24), na goleada sobre o Juventude. Foi apenas sua quarta aparição pela equipe, sempre entrando no decorrer do segundo tempo. Nesta quinta-feira (28), pelo jogo de volta das quartas de final do Gauchão, ele pode iniciar pela primeira vez como titular. Por isso, GaúchaZH apresenta um resumo do que foi mostrado até agora.
Zona de atuação
Apesar de ter herdado o número 9 de Jael, que trocou Porto Alegre pelo futebol japonês, Tardelli não atuou como centroavante pelo Grêmio até aqui. Nos quatro jogos em que ingressou durante o segundo tempo, substituiu meias e pontas, sempre tendo Felipe Vizeu ou André à sua frente.
— Acho que é um atleta que ainda tem fôlego para ajudar o Grêmio em qualquer uma das posições, tem técnica apurada e sabe finalizar bem. Não tem características de homem fixo, mas não compromete em nada, pois é inteligente para jogar — comenta Rodrigo Mendes, que, apesar de usar o número 9 na Libertadores de 2002, jogava como segundo atacante e terminou como artilheiro do torneio, com 10 gols.
Contra o São José, Tardelli entrou no lugar do volante Darlan, com Jean Pyerre sendo recuado. No Gre-Nal, foi o próprio Jean Pyerre quem deixou o campo para a entrada do atacante. Pela Libertadores, diante do Libertad, substituiu Marinho, mas ganhou liberdade para flutuar, sempre fora da área.
Por fim, em Caxias do Sul, Pepê foi o escolhido para sair da equipe, mas Tardelli não foi exatamente um ponta-esquerda. Muitas vezes, inclusive, recuou à linha de volantes para buscar o jogo, sempre na função de criação e aparecendo na área como elemento surpresa.
Tempo em campo
O próprio Tardelli não esconde sua preferência por atuar fora da área — seja pela beirada ou como um ponta de lança à moda antiga. Em entrevista recente, argumentou que só um fato lhe faria jogar mais posicionado à frente: a falta de ritmo de jogo.
— É uma função que não gosto tanto, de ficar parado na frente. Mas pelo meu momento, meu porte físico e por não estar bem fisicamente, é uma função que desgasta menos. E tem a vantagem de fazer a parede e se movimentar bastante — declarou ele, há uma semana.
Aos 33 anos, ele ainda busca um melhor condicionamento físico desde que voltou da China. Somando todo o tempo em campo, são exatos 100 minutos com a camisa tricolor (29 minutos contra o São José, 21 diante do Libertad, 15 pelo Gre-Nal e 35 na goleada sobre o Juventude).
Números
Justamente por atuar fora da área, os melhores números de Tardelli estão nas assistências para finalizações. Ao todo, foram cinco — o que representa uma média de um passe para finalização a cada 20 minutos, superior a Luan (um a cada 38 minutos) e Jean Pyerre (um a cada 36 minutos).
Em finalizações, a média do camisa 9 também é relevante. Até agora, foram três finalizações, com duas em direção ao gol. Contudo, a média é de um chute à meta adversária a cada 33 minutos.
Como passador, Tardelli apresenta 68 passes certos, entre as 76 tentativas. Um índice de 89,47%.
— É um grande jogador que, pela qualidade, pode fazer tanto a função de 9 como flutuando, quebrando as linhas. Não é um jogador que fica centralizado, trombando com zagueiros. Usa sua qualidade chegando de trás e sabe finalizar muito bem — atesta Rodrigo Gral, camisa 9 do Grêmio na conquista da Copa do Brasil de 1997, mas que jogava aberto pela ponta.