Cabelos longos, sotaque castelhano e muita raça dentro de campo. Estas foram as primeiras impressões de Ezequiel Miralles quando foi contratado pelo Grêmio, em 2011. O argentino foi indicado por Renato Portaluppi — que estava treinando o Tricolor pela primeira vez — após uma boa Libertadores vestindo a camisa do Colo-Colo, no Chile. Sete anos depois, o gringo recorda com saudosismo o tempo em que vestiu a camisa gremista.
— Gostaria de ter ficado muito mais tempo em Porto Alegre. O clube é muito importante e a torcida sempre foi maravilhosa comigo desde o primeiro dia, sempre me deu muito carinho. Cheguei em um momento ruim no Grêmio. Fiquei um ano, e o time teve cinco treinadores, foi difícil. A diretoria também mudou em parte. Foi o Renato quem indicou minha contratação, e ele ficou apenas dois meses comigo e saiu do Grêmio. Ficou difícil para mim. Mas as recordações são muito boas, e a cidade é incrível — relembrou em entrevista ao programa Planeta Bola.
Aos 35 anos, atualmente ele está aposentado. Miralles pendurou as chuteiras em "alto nível" em 2016, quando estava no Huracán. Depois, decidiu retornar para Bahía Blanca, na Argentina, onde nasceu e foi criado. A insistência foi tamanha que ele voltou a atuar novamente. Alguns meses depois, pedidos de amigos e familiares fizeram com que ele retornasse aos gramados usando as cores do Liniers, time local que disputa a quarta divisão do futebol argentino.
Após mais um ano como atleta, a aposentadoria finalmente bateu à sua porta de maneira definitiva. Entretanto, o ex-atacante não conseguiu ficar muito tempo longe da bola e aceitou um cargo na direção de futebol do clube semiamador.
— Parei de jogar em 2016, no Huracán. Depois, fiquei seis meses sem atuar. Voltei para morar na cidade onde nasci. Em 2017, joguei mais um ano e aí parei definitivamente. Desde o ano passado, comecei a trabalhar e ajudar o clube daqui. Eu queria continuar ligado de alguma maneira ao futebol. Agora faço parte da diretoria do Liniers — destacou.
No Grêmio, Miralles atuou em pouco mais de 20 partidas e marcou apenas cinco gols. A saída precoce de Renato fez com que ele não ganhasse confiança dentro de campo, nas suas palavras. De quebra, o momento azul era conturbado. Entre 2011 e 2012, o Tricolor teve cinco treinadores. Além de Renato, Julinho Camargo, Caio Júnior, Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo também comandaram o argentino.
O ex-atleta acabou deixando o Olímpico em uma troca com o Santos, envolvendo a vinda de Elano para Porto Alegre. Assim, o caminho de Miralles foi curto na capital gaúcha. Porém, o argentino até hoje lamenta a saída precoce.
— Quando eu estava ganhando sequência com o Luxemburgo, surgiu o Santos, e o Grêmio tinha interesse no Elano. Acabei indo embora, mas poderia ter ficado muito tempo no Grêmio — completou.