Morreu, no início da tarde desta terça-feira (12), o ex-atacante Caio, 63 anos, campeão da América e do mundo pelo Grêmio em 1983.
Autor do primeiro gol na final da Libertadores daquele ano, contra o Peñarol, ele estava internado há um mês e meio no Hospital Universitário de São Luís, no Maranhão, e não resistiu a problemas decorrentes de uma trombose.
O ex-jogador chegou a ter as duas pernas amputadas por conta da trombose. No ano passado, Caio foi um dos homenageados no gramado da Arena antes de Grêmio x Corinthians, pelo Brasileirão, por conta do aniversário de 35 anos da conquista do Mundial de Clubes.
O ex-zagueiro do Grêmio, Baidek, relembra com carinho do ex-colega, a quem ajudou diversas vezes durante a luta contra a trombose.
— Aquela homenagem em dezembro parecia uma despedida. Ajudei pessoalmente para ele conseguir viajar para Porto Alegre. Ele estava sofrendo bastante com as pernas amputadas. Ele já estava há dois ou três dias na UTI, a gente fazia o acompanhamento através do nosso grupo de WhatsApp com os campeões do mundo. Todos rezando para ele que se salvasse. Mas ficam as recordações, uma pessoa do bem e um colega extraordinário. Nos ajudou na conquista do primeiro título da América e do mundo, fica uma belíssima lembrança dele — relembra Baidek.
Muito abalado, o ex-goleiro Mazaropi lembrou do "choque" sofrido por todos os ex-companheiros de Caio durante o encontro na Arena.
— Apesar da situação, ele se mostrava conformado e tentava nos transmitir alegria. Era gente nossa, de primeira linha. Perdemos um grande amigo — lamentou Mazaropi.
Outro companheiro de Caio em 1983, o ex-lateral-direito Paulo Roberto lembra o sofrimento vivido pelo atacante em seus últimos anos.
— Era uma situação muito difícil para quem tinha sido atleta durante toda a sua vida. O que nos consola é que o sofrimento dele terminou. Só nos resta consolar os familiares — disse.
Paulo Roberto diz recordar com carinho os conselhos que recebeu de Caio ao deixar o Grêmio, no início de 1984. Ainda muito jovem, não pretendia deixar Porto Alegre para aventurar-se em uma cidade muito maior.
— Eu não queria ir de jeito nenhum. Caio me disse que assim era a vida de um profissional, e o São Paulo ofereceria uma estrutura muito boa de trabalho. Sou grato a ele por isso — diz o ex-lateral.
Caio deixa os filhos Rafaela e Caio Rafael.
O Grêmio divulgou uma nota e lamentou a morte do ex-jogador. Confira na íntegra:
"Faleceu na manhã desta terça-feira, aos 63 anos, o ex-atacante Caio, autor do primeiro gol do Grêmio na decisão a Copa Libertadores da América de 1983, na vitória de 2 a 1 contra o Peñarol, no Olímpico. O ídolo morava em São Luís, no Maranhão, e sofria com problemas de saúde como a trombose.
Luiz Carlos Tavares Franco nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de março de 1955. Começou a carreira na base do Madureira, mas se profissionalizou pelo Botafogo. Chegou ao Grêmio em 1983 e ficou por duas temporadas. Teve participação fundamental na conquista da Copa Libertadores de 1983, marcando 4 gols, inclusive o primeiro da decisão contra o Peñarol. Jogou também a final do Mundial, em Tóquio, entrando na segunda etapa.
O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense lamenta com enorme pesar a perda de Caio, que ajudou a elevar ainda mais o nome do Grêmio, e se solidariza com os seus familiares, amigos e toda torcida gremista."