Segundo jogo na Arena em 2019, segunda goleada tranquila dos titulares do Grêmio em sua casa. Líder isolado do Gauchão com três pontos de diferença para Caxias, Pelotas e Novo Hamburgo, o Tricolor está invicto no campeonato — em quatro rodadas, venceu três vezes e empatou uma. Desta vez, a vítima foi o São Luiz, que volta para Ijuí após perder por 4 a 0. Após o jogo, Renato Portaluppi elogiou seu grupo, mas ressaltou que ainda há muito trabalho pela frente.
— A gente tem a vantagem de ter mantido praticamente mais de 90% do grupo do ano passado. O entrosamento é importante. A gente só procura revisar no dia a dia para que eles não esqueçam do que a gente vem fazendo de bom há mais de dois anos e corrige as coisas que estão erradas. A gente procura não dar chance ao adversário, procuro dar oportunidades para todo mundo. Eles sabem que precisam se empenhar, estar focados, concentrados no trabalho deles. Disputamos quatro jogos e ganhamos 10 pontos. É o início de uma temporada. Falta muita coisa ainda, mas estamos no caminho certo. Alivio sempre o grupo, é início de temporada. Já fui jogador, sei que pesa a perna. Por isso que tenho feito rodízio. Importante que todo o grupo está querendo. É sempre muito bom começar o campeonato bem, ter certa gordura. Lá na frente, se a gente tropeçar, tem essa gordura. Por isso, quando voltei de férias, pedi licença e disse que ia trabalhar desde o início. Toda a competição que o Grêmio entra, ele entra pra ganhar. Se vamos, não sei. Mas estamos no caminho, focados, com o objetivo de conquistar o bicampeonato — disse.
Os gols do jogo foram marcados por Everton, Marinho, Luan e o estreante da noite, Walter Montoya. O rendimento dos jogadores foi bastante elogiado pelo treinador, em especial os de Luan e Marinho, que não foram bem em 2018, mas estão conseguindo dar a volta por cima neste início de temporada.
— É importante esses jogadores recuperarem totalmente a forma, principalmente o Luan, que vem crescendo a cada partida, mas temos que levar em consideração que ficou praticamente três meses sem jogar. Eu falo sempre, ninguém desaprende. Mas o que estava faltando era uma conversa. Trocamos bastantes ideias, tanto com o Marinho quanto com o Luan. É importante recuperar esse tipo de jogador para eles nos ajudarem bastante. Quanto mais jogadores de alto nível a gente tiver no grupo, e bem, pode ter certeza que o grupo vai ficar cada vez mais forte, e a briga cada vez mais sadia pela posição. Quero que todos os jogadores continuem me dando dor de cabeça. Que joguem bem, façam gols. É melhor ter essa dor de cabeça do que de repente ter muitos jogadores mal na parte técnica, mal na física. Mas a gente sabe que toda a equipe tem muito a crescer ainda — analisou.
Com o resultado na Arena, o Grêmio chega aos 10 pontos na tabela do Campeonato Gaúcho e se mantem na liderança da competição. O próximo adversário tricolor será contra o Caxias, no domingo (3), às 17h, no Centenário.
Confira outros trechos da entrevista de Renato
Sobre Kannemann
"Eu ia colocá-lo para jogar essa partida. Hoje é quinta. Na terça-feira, ele chegou mal, vomitando, com diarreia, tinha passado muito mal. Já não estava 100% na parte física, estava com o corpo fraco. Então, achamos melhor deixá-lo treinando mais uns dias, se recuperando na parte física. Ainda mais em um período difícil como agora. Pelo menos, ele precisa estar bem na parte física. No decorrer dos jogos, ele vai recuperar a parte física e técnica. A gente está tendo bastante cuidado com alguns jogadores, ele é um deles. Mas posso garantir que não há nenhum problema de contrato, ele está louco para voltar a jogar. Vamos pensar nele para domingo, mas vai depender dele. Se ele estiver se sentindo bem e não aparecer mais nenhum problema, ele vai jogar domingo. Senão, calma. Aí a gente prepara ele melhor durante a semana"
Sobre como é no vestiário
"Se eu me incomodo com alguma coisa, resolvo rapidinho. Tenho o apoio total do presidente. Quando acontece alguma coisa ou outra, a gente resolve entre quatro paredes. Estou aqui há dois anos e alguns meses, no Grêmio nunca teve problema. De vez em quando, surge um probleminha tipo casal. Um aqui, outro ali, a gente resolve, senta, troca ideias. Um exemplo é o Marinho, deu um probleminha nas férias, quando voltamos resolvemos. O grupo é muito bom, bastante unido, não dá trabalho. Nunca teve problema entre jogadores, e é normal ter, mas aqui no Grêmio, não tem. O importante é que a gente tem dado bastante alegria pra nossa torcida e tem conquistado títulos, jogado bem. O objetivo é esse".
Sobre a adaptação de novos reforços
"A gente sempre procura fazer com que o jogador tenha resultado positivo o mais rápido possível. Nem sempre é possível, os jogadores são diferentes. Mas em 2016, tínhamos um grupo muito bom. Perdemos alguns jogadores. Aí em 2017, o clube trouxe outros. Mesma coisa em 2018 e 2019. Todos os jogadores que saíram, bato palmas pra eles, ajudaram bastante o clube e me ajudaram bastante. Todos os jogadores que estão chegando, um ou outro levam um pouquinho mais tempo para se adaptar, mas são grandes contratações. O grupo do Grêmio às vezes perde três ou quatro jogadores, mas chegam outros. Nesse ponto estamos acertando, presidente, diretoria. Infelizmente, a gente perde jogadores. Mas também traz outros jogadores com qualidade. Por isso o grupo do Grêmio não cai de produção. Rapidamente, eles são bem recebidos e se entrosam com o grupo"
Sobre os cobradores de pênaltis
"O Grêmio tem comandante. Tem um treinador que determina as coisas. O meu grupo, quando fecham os portões, cobra pênaltis. Ontem mesmo oito jogadores treinaram cobranças de pênaltis. Se tiver um pênalti, mando um recado. Se o jogador pegar a bola e tiver com confiança, pode bater. Hoje, o Jael pegou a bola e eu disse: pode bater. Depois, eu achei até maneiro o carinho dos jogadores. Achei que o Luan não estava confiante, desde o ano passado, ele não estava nas melhores condições. Eles pediram pro Luan bater juntamente com a torcida. Temos vários batedores. Não tem confusão. É melhor dois, três querendo bater, isso passa confiança pro treinador. Muitas vezes, eles se decidem dentro de campo. Se tiver algum problema, eu mando a ordem. Hoje, eu pedi pro Jael bater. Achei que o Luan não estava com essa confiança toda. Mas eles conversaram, ele bateu e fez o gol. Na hora do pênalti, o Maicon veio me perguntar quem vinha bater o pênalti. Falei pra eles se entenderem. O importante é todos treinarem pênaltis. Daqui a pouco eu não estou com meus batedores em campo, preciso ter outras alternativas. Todo mundo precisa estar preparado. Nesse ponto aí, está tudo sob controle".
Sobre Luan estar a cinco gols de igualar sua marca no Grêmio
"Eu quero que ele passe 200 gols da minha marca. Ele fazendo gols, garante meu emprego e a gente fica cada vez mais perto das vitórias e de títulos. Eles fazendo gols, as coisas dão certo. Cinco gols, nesse campeonato mesmo ele vai passar. Eu torço muito para que ele passe e sempre faça muitos gols. É bom pra ele, para a gente, para o meu emprego. Que ele chegue a marca de 500, 700, mil. Sou o maior torcedor dele. Dele e dos outros também".
Sobre André ter ficado de fora do banco
"Ninguém perde espaço comigo, eu só não posso colocar 13, 14, 15 jogadores no banco. Só tenho quatro substituições. Não adianta colocar três jogadores da mesma posição pra concentração do mesmo jogo. Já conversei com o André e ele entendeu. É melhor que ele siga treinando do que concentrado. Faz parte. Vai aparecer uma oportunidade, e aí ele está bem. Ele sabe que daqui a pouco vai ter outra oportunidade
Sobre a melhora do Marinho
"O Marinho, eu tive uma conversa com ele depois das férias e mostro para ele no vídeo o que ele faz de errado. Eu disse pra ele: "Você precisa ser inteligente, chuta bem, tem velocidade, habilidade e tem força. Muita gente queria ter todas essas qualidades. Quando eu pedi para a diretoria te contratar, eu sabia o tipo de jogador que eu pedia e insisti. Usa essas ferramentas a teu favor". Então, eu procuro posicioná-lo, mostrar posicionamento, mostrar qual a melhor jogada. Mas nesses dois jogos ele foi muito bem. Não só pelo gol".