Tão logo o árbitro decretou o final do jogo contra o Veranópolis na Arena, o Grêmio voltou seu pensamento, sem culpas, para a estreia na Libertadores. No dia 6 de março, o Tricolor enfrentará o Rosario Central, pela primeira rodada da fase de grupos, em Rosario, a quase 300 quilômetros de Buenos Aires. Até lá, serão nove dias de preparação, começando por esta terça-feira (26) de folga e descanso. Pelo visto, na reapresentação do elenco Renato Portaluppi não terá de quebrar a cabeça para montar o time que entrará em campo no Gigante de Arroyito. A tendência é a repetição da mesma formação que venceu o Veranópolis, embora o treinador prefira manter o mistério.
— Se essa é a equipe que vai começar, é outro discurso. Mas o importante era o ritmo de jogo. Por isso, demorei para fazer as substituições. Vai ter tempo de eles descansarem. Se vai ter uma ou outra alteração, vou ter tempo para pensar — disse o técnico tricolor.
Para o vice-presidente de futebol gremista, Duda Kroeff, o Gauchão não é uma garantia de sucesso na Libertadores — mas um início ruim no Estadual certamente deixaria o ambiente mais preocupante.
— Poderia dizer que sim (o Grêmio está pronto para a estreia na Libertadores), mas a gente só vai ver mesmo quando começar. É uma competição muito diferente do Gauchão e muito mais difícil. Eu estaria mais preocupado se, numa competição mais fácil, o Grêmio estivesse encontrando dificuldade. Mas estar bem não é garantia — argumentou o dirigente.
Desde que Monotya foi contratado, falava-se de sua importância, já que foi revelado pela equipe argentina e daria uma maior consistência defensiva à equipe. Contudo, com quatro gols marcados em seis rodadas do Gauchão, Marinho ganhou pontos com o comandante e se credencia a começar o jogo.
— Disse que ele precisava dar uma resposta para o Renato e para a torcida. Estes jogos foram importantes, ele readquiriu a confiança. É este o Marinho que a gente quer — pontuou Renato.
Com os dois gols diante do Veranópolis, Marinho assumiu a artilharia do time no Gauchão e na temporada, ultrapassando Everton e Luan.
— Fazer dois gols é para Luan e Everton. É só para os feras — disse o jogador, que ainda assim mantém os pés no chão — Tenho que pensar jogo a jogo. O professor está me dando oportunidade e eu tenho que aproveitar. O elenco tem muitos jogadores de qualidade —concluiu.
Quem também vem cavando seu espaço entre os titulares é o lateral Léo Gomes. Após mais uma boa jornada, o jogador foi elogiado pelo treinador em entrevista coletiva. Com o empréstimo de Madson para o Athletico-PR, ele é a única alternativa para a posição.
— É um garoto que subiu muito de produção. Demos uma boa lapidada nele. Jogou todas, mas com essa idade tem que jogar todas e dar mais 10 voltas na pista. Não pode perder as oportunidades — comentou o treinador.
A situação dá uma certa tranquilidade para que o Grêmio dê os devidos cuidados a Léo Moura. Entregue ao departamento médico há um mês, quando sentiu uma lesão na panturrilha na terceira rodada, contra o Juventude, o experiente lateral-direito pode ficar de fora da viagem à Argentina para voltar apenas quando estiver 100% fisicamente.
— A partir de quarta-feira, vou saber o problema dele. Está se recuperando, sente algumas dorezinhas, mas vamos com calma. É um jogador de uma certa idade — avaliou o técnico gremista.
Quem deve fazer companhia a Léo Moura em Porto Alegre é Diego Tardelli. Última contratação da diretoria, trazido do futebol chinês, o atacante vem dando os últimos retoques em sua pré-temporada.
— Falei muito rápido com ele (Tardelli). Cheguei de viagem e fui direto para a concentração. Pelo que eu soube, vem treinando. Vou ver a condição dele, conversar com o Rogerinho (preparador físico), com o jogador e ver a posição que ele se sente melhor — revelou o comandante.