Um auxiliar discreto e eficiente, com boa vivência de Grêmio, será responsável por comandar o time na ausência de Renato Portaluppi. Enquanto o técnico e seu braço direito, Alexandre Mendes, participarão do curso da licença A para treinadores da CBF, entre 15 e 24 de fevereiro, na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, caberá a Victor Hugo Signorelli, 58 anos, liderar a equipe contra o Brasil-Pel, dia 17, no Bento Freitas.
De volta ao clube no início deste ano, ele já teve passagem pela Arena em 2013, também junto ao técnico. A amizade deles vem de longa data, desde a época em que Renato marcou o histórico gol de barriga pelo Fluminense, no Fla-Flu decisivo do Campeonato Carioca de 1995 que rendeu a conquista sobre o Flamengo.
— Conheci o Renato quando ele ainda era jogador, naquele ano. Cheguei ao clube depois do título no Estadual. Em 2002, no mesmo Fluminense, ele assumiu como treinador e eu estava no sub-20. Ele pediu que eu fosse levado ao profissional, e foi ali que começamos nossa caminhada em termos de comissão técnica — revela Signorelli.
Antes de retomar a parceria neste ano, a última vez em que trabalharam juntos foi no Fluminense, em 2014. Depois disso, Renato ficou dois anos afastado do futebol.
O treinador voltou ao Grêmio em 2016 e, a partir daí, enfileirou os títulos da Copa do
Brasil, da Libertadores, da Recopa Sul-Americana e do Gauchão.
— A cada vez que trabalho com Renato, noto a evolução. Está cada vez mais preparado tecnicamente e taticamente. Além disso, está mais focado no trabalho. Hoje, ele é um dos principais treinadores do país — destaca.
Carioca da Ilha do Governador, ele acumulou experiência de 30 anos como preparador de goleiros. Em 2013, assumiu como auxiliar para acompanhar Renato no Grêmio. Depois, voltou à antiga função e teve passagem pelo Flamengo. Agora, Signorelli diz que a troca de área é em definitivo.
— Isso já estava planejado. Depois do Grêmio em 2013, voltei a trabalhar com goleiros. Mas fiz o curso de licença A da CBF para mudar de vez — comenta.
O currículo de Signorelli é extenso. No futebol brasileiro, também trabalhou em Botafogo, Corinthians, Bahia e Athletico-PR. No Exterior, teve experiências no León, do México, Al-Ain, dos Emirados Árabes, Al-Ahli, do Catar, e Vegalta Sendai, do Japão. Além disso, passou pela seleção brasileira sub-17. Já teve a chance de fazer parceria com técnicos como Paulo Autuori, Sebastião Lazaroni, Valdir Espinosa, Reinaldo Rueda, Carlos Alberto Parreira, Cuca, Zé Ricardo e Muricy Ramalho. Com o último, foi campeão do Brasileirão pelo Fluminense em 2010.
— Muricy foi um dos grandes treinadores do futebol brasileiro, uma referência em todos os sentidos. Consegui conquistar a confiança dele e terminamos aquela caminhada com um título memorável — relembra.
O convite para retornar ao Grêmio partiu de Renato nos primeiros dias de 2019. A ideia do técnico é que Signorelli atue como um elo entre o profissional e a base do clube para estimular a formação de novos talentos.
— A aproximação está sendo gradativa. Ainda estamos na fase de reuniões. A base está, em sua maioria, de férias. Vamos iniciar o acompanhamento presencial no CT Hélio Dourado e com o time de transição. Assim, vamos tentar alinhar as diretrizes do trabalho com a ideologia do clube — explica.
Antes disso, porém, virá o jogo com o Brasil-Pel. O desafio de assumir o comando do Grêmio por duas semanas, entre 11 e 25 de fevereiro, não assusta Signorelli.
— Sem dúvida alguma, é uma grande responsabilidade. Estarei na beira do campo representando simplesmente o maior ídolo da história do Grêmio — comenta, antes de completar: — Espero dar minha contribuição para que esse grupo siga escrevendo seu nome na história do clube.