Capitã e responsável pela cobrança de pênalti que deu o título do Gauchão Feminino ao Grêmio, Taba ainda revive as sensações de ser campeã. Um dia depois da conquista, ela carrega a mesma felicidade que mostrou no domingo (9). A comemoração da jogadora ao erguer o troféu escancarou a precariedade do futebol feminino no Rio Grande do Sul: sem palco, sem papel picado e sem taça pomposa — que já são marcas das comemorações masculinas —, Taba subiu na mesa utilizada para apoiar as medalhas que foram entregues às campeãs e vices.
— Eu estava em êxtase, é uma sensação incrível. O que me veio na cabeça quando vi aquela mesa foi: eu vou subir ali para ficar o mais alto possível. O que eu fiz foi seguir meu instinto. A gente mereceu — disse Taba, ainda rouca pelas comemorações de domingo, à reportagem de GaúchaZH.
Foi o primeiro Gauchão Feminino organizado pela FGF. A entidade gaúcha arcou com as despesas de arbitragem do campeonato, isentou os clubes de pagarem taxas para registro das atletas, forneceu as bolas oficiais para todas as equipes participantes, além de custear as medalhas e troféus para a premiação. Antes, o torneio era organizado pela Associação Gaúcha de Futebol Feminino. Mas uma coisa não mudou: o Estadual não tem patrocínio — o que dificulta, segundo a entidade, maiores investimentos em uma festa mais vistosa.
Outro acontecimento que gerou polêmica nas redes sociais foi o acionamento do sistema de irrigação do Beira-Rio durante a comemoração das gurias gremistas. Elas estavam em frente à torcida do Grêmio, celebrando, quando o jato de água atingiu o grupo. O Inter, no entanto, nega que tenha sido proposital.
— Não foi intencional. O sistema é automático. Houve um vacilo nosso, não nos demos conta de que a partida poderia ir para os pênaltis e durar mais tempo. Se o Inter tivesse ganho, teria acontecido a mesma coisa durante a festa — esclareceu Léo Centeno Junior, vice-presidente colorado de Patrimônio.
O certo é que as gurias não se importaram e comemoraram ainda mais. Para Taba, ganhar um título dentro da casa das rivais é a realização de um sonho:
— Além da coroação do nosso trabalho, poder fazer a festa no Beira-Rio foi a realização de um sonho completo. Poder ter um pouco da nossa torcida lá e ouví-los durante o jogo foi sem explicação. Em alguns momentos, eles calaram o Beira-Rio. Quatrocentos torcedores para nós é muito.
Em 2017, a capitã colorada também subiu na mesa para comemorar o título: