Acompanhado do diretor jurídico Nestor Hein e do advogado Leonardo Lamachia, o presidente Romildo Bolzan Júnior sentou-se no auditório da Arena para explicar de que forma o Grêmio reivindicou junto da Conmebol a reversão da derrota para o River Plate, que causou a eliminação na Libertadores. O clube aguarda agora o julgamento do caso, que acontecerá no sábado, às 13h30min.
— Não há mais espaço no futebol, nem nas condutas da vida, para esperteza e malandragem. Ninguém precisa ser mais malandro para ganhar, por uma razão muito simples: o River tinha time para nos ganhar e não precisava usar todo esse aparato defasado de conduta para competir conosco.
No início da entrevista coletiva, Romildo deixou claro que na reclamação entregue junto à Comissão Disciplinar não está o uso do VAR. Cita apenas o técnico Marcelo Gallardo, que usou um rádio para se comunicar com o auxiliar, além de ter ido ao vestiário argentino durante o intervalo da partida. Conforme o advogado Leonardo Lamachia, que participou da reunião prévia com a Conmebol, os clubes foram avisados de que os profissionais suspensos só poderiam ingressar nos vestiários após o término do jogo. Tanto Kannemann por parte do Grêmio, como Gallardo por parte do River Plate.
— O que está em jogo aqui são valores muito mais profundos do que o resultado de campo. O que está em jogo aqui é a moralidade do futebol - disse o presidente, que logo em seguida completou — Pode vir no debate que a situação veio solitária, de uma decisão do treinador. Mas não é verdadeiro. O Grêmio se acautelou e fez prova disso tudo.
Os anexos entregues pelo Tricolor são: imagens das câmeras da Arena que flagram a entrada de Gallardo no vestiário, uma entrevista do atacante Lucas Pratto que fala sobre a importância das palavras do treinador no intervalo, a interferência do técnico para a entrada do jogador Scocco no segundo tempo e, por fim, a palavra do delegado da partida que relata ter sido barrado por seguranças do River Plate quando tentou intervir junto à porta do vestiário.
— Não vejo tecnicamente como não ser acolhida a reclamação. Também não quero dizer à torcida que estamos 100% certos, não temos o controle disso tudo. Só estou dizendo que, juridicamente, estamos seguros da matéria. Mas fora dali, não tenho certeza porque não conheço a cabeça dos julgadores. Tudo que se fizer fora do regulamento é construção jurídica, é tese. Só esperamos que se faça justiça.