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A renovação do Grêmio para 2019 passa por Jean Pyerre e Matheus Henrique. Os meio-campistas de 20 anos, de boas atuações contra o Atlético-MG, são as novas apostas do clube não só para as rodadas finais do Brasileirão, em que o time busca se firmar no G-4 e garantir vaga direta à Libertadores, mas também para rejuvenescer o grupo em médio prazo.
O aproveitamento da dupla na próxima temporada dependerá, primeiramente, da definição sobre a permanência do técnico Renato Portaluppi, que começará a discutir nesta semana sua renovação de contrato. No entanto, os guris já demonstram maturidade e técnica para compor a equipe titular. Na vitória sobre o Atlético-MG, a dupla iniciou jogando e teve desempenho digno de nota 8 na cotação de GZH, consolidando o trabalho das categorias de base na formação de novos atletas para o time.
— Nós estamos soltando aos poucos estes garotos. Eles vêm treinando bem, estão sendo lapidados. Nas chances que eu dei a eles, têm se destacado. São jogadores em que a camisa não pesa, estão dando conta do recado — avaliou Renato após o jogo de sábado.
Para a boa adaptação de Jean e Matheus ao grupo profissional, a estratégia montada por Thiago Gomes, técnico da transição do Grêmio, foi importante. O treinador, que chegou ao clube em fevereiro, tratou de espelhar em seu time o mesmo modelo tático utilizado por Renato Portaluppi na equipe principal. Assim, busca reduzir o impacto da mudança de categoria para os garotos.
— Fizemos este trabalho de aproximar ao máximo o comportamento do time em relação ao profissional. Se o jogador já tem o mesmo modelo de jogo na cabeça, consegue automatizar as ações e ter tomadas de decisões mais corretas quando subir e for trabalhar com o Renato — explica Gomes.
Para Matheus Henrique, que teve 70% dos direitos econômicos comprados junto ao São Caetano em setembro, por R$ 1,2 milhão, as comparações com Arthur, vendido pelo Grêmio ao Barcelona, viraram rotina. Mas o diretor da base gremista, Luiz Ferrari, elenca algumas diferenças entre os dois volantes.
— É prematuro dizer que o Matheus será um novo Arthur. São jogadores diferentes, o Arthur é aquele que tira o sufoco de todo mundo com o talento que tem. Já o Matheus foca mais no gol e entra mais na área do adversário. De semelhanças entre eles, vejo mais o giro com a bola e a qualidade no passe — avalia Ferrari.
A personalidade em campo, para o ex-volante do Grêmio Luís Carlos Goiano, também é ponto em comum entre os dois.
— Ele é leve e gosta de jogar com a bola no pé. Nos jogos em que pude vê-lo, o Matheus demonstrou que não foge do jogo. Ele é habilidoso, tem técnica. Pode sim ser um novo Arthur — observa.
No caso de Jean Pyerre, que despontou no profissional no final do Brasileirão do ano passado, o trabalho de Thiago Gomes foi importante para aproximá-lo mais do gol. Afinal, o garoto era habituado a jogar como volante desde a base. Nas mãos do técnico na transição, passou a atuar como meia centralizado e, como resultado, agora dá mais assistências aos atacantes e também arrisca mais conclusões.
— Ele tem grande capacidade em deixar os atacantes na cara do gol. Também tem bom poder de finalização, tanto que foi um dos artilheiros do time sub-23. Conversei e fiz muitas análises de vídeo para que ele entrasse mais na área do adversário. Hoje, é um meia que participa da construção do jogo e tem grande poder de definição — conta Gomes.
A evolução dos dois garotos dá ao presidente Romildo Bolzan a certeza de que a dupla terá, em breve, um papel de protagonismo no grupo do Grêmio.
— Eles estão sendo preparados para serem grandes peças do elenco. Este é o trabalho que a comissão técnica está fazendo com grande respaldo. Foram avaliados como excepcionais e estão sendo lapidados para terem grande perspectiva no Grêmio — projeta Bolzan.