O projeto G-4 do Grêmio está ameaçado. Após a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, gols de Uribe e Diego, quarta-feira, no Rio, o time de Renato Portaluppi terá de torcer por uma vitória do Vasco sobre o São Paulo, nesta quinta à noite, para não cair para o quinto lugar.
Se os paulistas ganharem, abrirão três pontos de vantagem sobre a equipe gaúcha a duas rodadas do término do Brasileirão. O próximo compromisso gremista será contra o desesperado Vitória, às 17h de domingo, em Salvador.
Ainda assim, o risco de ter de disputar os mata-matas preliminares da Libertadores em fevereiro não causa temor a Renato. O treinador não deixa de torcer por um tropeço do rival direto por uma vaga no G-4 em sua partida desta quinta. Mas entende que sua equipe tem a obrigação de somar seis pontos contra Vitória e Corinthians.
— São duas rodadas, muita coisa para acontecer. É levantar a cabeça, temos de fazer nossa parte. Já estamos na pré-Libertadores, o objetivo agora é colocar o time no G-4. Vamos buscar os pontos necessários para colocar o Grêmio direto na fase de grupos — disse Renato.
O treinador, é claro, não deixou de responder sobre o assédio do Flamengo para a próxima temporada. Questionado se tinha sido procurado para assumir a equipe carioca em 2019, deu uma resposta evasiva. Mas garantiu que a prioridade na negociação é do time gaúcho.
— O que posso falar é que tenho conversado com o presidente do Grêmio. Tenho respeito pelo presidente, pelo grupo e pela nossa torcida. A preferência sempre é do Grêmio. Conversamos, trocamos ideias. Se o Flamengo ou qualquer outro clube me procurou? Deixa assim — despistou o técnico, que também sonha um dia comandar o clube carioca:
— Qualquer treinador gostaria de estar no Flamengo. Mas o Grêmio é grande, tem uma torcida imensa e grandes jogadores. São grandes clubes, que disputam grandes competições e dão alegrias para a torcida. Fico feliz por ter realizado o sonho de treinar o Grêmio. Também tenho o sonho de treinar o Flamengo. Vai acontecer, mas quando eu não sei.
Outra questão feita a Renato foi sobre seu status como técnico no cenário brasileiro.
— Não me considero o melhor treinador do Brasil. Sou um treinador normal, temos grandes profissionais no Brasil — avaliou.
Além da vaga no G-4 e da permanência de Renato para 2019, outro assunto que teve destaque após o jogo foi o primeiro gol do Flamengo na partida, marcado pelo colombiano Uribe, que teria sido irregular. O centroavante, antes de mandar a bola para a rede, teria encostado, com o pé alto, no lateral-esquerdo Cortez.
— O cara deu um (golpe de) muay thai no Cortez, ele podia ter se machucado mais. Alguém que viu o jogo disse que o árbitro chegou a levar o apito na boca e desistiu. Mas o futebol é assim, a banca paga e recebe — comentou o diretor de futebol Deco Nascimento.
O atacante Everton, no entanto, admitiu a superioridade do adversário no Maracanã.
— Não tem muito o que dizer, né? Eles foram melhores. No primeiro tempo, a gente até conseguiu um equilíbrio, mas no segundo sofremos um gol e o Flamengo teve uma posse maior. Não criamos chances reais e a equipe deles acabou matando o jogo — avaliou o Cebolinha, admitindo que irá torcer por uma vitória do Vasco contra o São Paulo:
— Agora tem que secar. É sempre mais difícil. A gente sabe da dificuldade que era vencer aqui, mas temos consciência que dependíamos apenas de nós. Fomos deficientes hoje. Não conseguimos dominar e agora vamos depender de outros resultados.