Pelo tempo que assisto a jogos de futebol, já vi situações rigorosamente inéditas num campo de jogo. Equipes vencerem com um jogador expulso, com dois e até com três era possível, mas o que se viu no dia 26 de novembro de 2005, na famosa Batalha dos Aflitos, confesso que nunca tinha visto, nem tomado conhecimento de algo assim.
O Grêmio venceu o Náutico, dono da casa, com sete jogadores em campo, uma vez que o Tricolor havia tido quatro atletas expulsos. Foi uma jornada épica. Estive presente na simples condição de torcedor gremista, assistindo das arquibancadas. Eis que, repentinamente, ao ser marcado um segundo pênalti contra o Grêmio, injustiçados, os atletas reclamaram em peso contra aquela penalidade. Daí, decorreram expulsões em massa.O tumulto tomou conta do gramado. Não resisti, sentado na arquibancada. Precisava, de alguma forma, ajudar meu clube do coração, que estava sendo prejudicado. E lá fui eu, campo adentro.
O técnico Mano Menezes pediu-me que retirasse Patrício, atingido pelos policiais. Apenas fui mais um humilde representante da imortalidade tricolor a defender os nossos interesses. Éramos poucos, mas fomos superiores, aliás, como sempre é o Grêmio. O Náutico sentiu a força gremista. Seus atletas sentiram a pressão de enfrentar um clube da grandeza do Tricolor.
Jornada épica
Galatto e Anderson acabaram sendo os verdadeiros heróis, junto aos demais jogadores. A vitória obtida pelo Grêmio tornou-se referência mundial. Não houve quem não a citasse como uma jornada épica, nunca antes vista e que, com certeza, jamais acontecerá novamente.