O Grêmio passou a temporada inteira sem o chamado centroavante ideal. Alternativas usadas no frustrante empate sem gols contra o Vitória, domingo (25), André e Jael evidenciaram, outra vez, a necessidade de um novo jogador para a função em 2019. Para agravar, Luan, usado com sucesso como falso nove em outras ocasiões, foi abatido por lesões, o que limitou as opções de Renato para o setor. O ano foi salvo pelo excepcional desempenho de Everton, que fez 19 gols.
Se a comparação for apenas com André, os números de Jael são bem superiores. Em 45 partidas no ano, ele fez 11 gols e deu 10 assistências, enquanto o concorrente, uma das mais caras contratações da temporada, fez quatro gols em 28 partidas, sem nenhuma assistência.
— Quando o Grêmio contratou o André, pensei que esse seria o centroavante que iria se encaixar bem no sistema do time. Mas o cara não está conseguindo jogar — analisa Guilherme, centroavante com passagem pelo Grêmio em 1997.
No início do ano, quando a direção ainda tentava trazer André do Sport, Jael não inspirava confiança. Tanto que nos jogos contra o Independiente-ARG, pela Recopa Sul-Americana, e Defensor-URU, na estreia na Libertadores, Cícero foi improvisado por Renato como o atacante mais agudo. Jael começou a ganhar espaço no Gauchão. E, aos olhos dos torcedores, passou a ser visto como solução ao marcar um gol de falta nos 3 a 0 contra o Inter, dia 18 de março, na Arena, pelas quartas de final do Gauchão. Quando André entrou em forma, iniciou-se um revezamento entre os dois. O ex-centroavante do Sport foi o escolhido para o jogo de abertura do Brasileirão, contra o Cruzeiro, no Mineirão, partida em que fez o gol da vitória.
Fixado como titular a partir da lesão muscular sofrida por Jael em maio, André enfrentou os primeiros focos de resistência. As fracas atuações e, sobretudo, a falta de gols geraram desconfiança. Mais de uma vez foi substituído por Thonny Anderson ou até mesmo Thaciano. Solidário, Jael saiu em sua defesa.
— Eu mesmo sofri um pouco para me adaptar a maneira de o Grêmio jogar. Vejo entrega de parte dele, todo mundo vê. Daqui a pouco ele vai começar a fazer gols — disse.
Quando o Brasileirão foi reiniciado, depois da Copa do Mundo, reestabeleceu-se a disputa entre André e Jael. E este, mesmo sem marcar tantos gols quanto se exige de um camisa 9, de novo caiu no gosto da torcida. Algumas atuações foram memoráveis. Como nos 4 a 0 contra o Botafogo, na tarde chuvosa de 1º de setembro, jogo em que marcou dois gols, um deles de "cavadinha" em cobrança de pênalti. De novo sua trajetória foi interrompida, desta vez pela necessidade de uma artroscopia no joelho direito. Para piorar, André também foi para o DM. Primeiro, por lesão muscular. Depois, por conta de uma apendicite. De uma hora para outra, sem centroavante, Renato precisou improvisar Luan na função. Até este também por parar, por conta da fascite plantar e de lesão muscular.
Não se sabe qual será o escolhido por Renato para o jogo decisivo contra o Corinthians. O certo é que André ou Jael precisarão de uma atuação consagradora para que terminem a temporada com um pouco mais de conceito junto aos torcedores.
André com a camisa do Grêmio
28 jogos
4 gols
0 assistências
Jael com a camisa do Grêmio
64 jogos
11 gols
12 assistências
Em 2018
45 jogos
11 gols
10 assistências