A expressão preocupada de Renato, com a mão direita sobre a testa, enquanto Everton é retirado de maca do gramado da Arena, após sofrer lesão muscular contra o Bahia, evidencia a importância do atacante no atual contexto do Grêmio. Saía de campo, naquele momento, não apenas o goleador do time, com 17 gols, mas, também, o jogador que conseguiu a façanha de sobrepor-se em eficiência a Luan, o Rei da América em 2017. A segunda-feira (8), contudo, desanuviou o ambiente.
O diagnóstico, que será divulgado na manhã desta terça (9) pelo departamento médico, dá esperança de que Everton, com lesão grau 2 leve, possa atuar dia 23, em Buenos Aires, contra o River Plate, no jogo de ida das semifinais da Libertadores. Se isso for confirmado, Renato precisará encontrar um substituto para o goleador da temporada somente nas partidas contra Palmeiras, dia 14, e América-MG, 20, ambas fora de casa. Certo, por enquanto, é o corte para os dois amistosos da Seleção Brasileira na Arábia Saudita. O substituto será Lucas Moura, do Tottenham.
— Pelo que conheço de lesões, ele vai ficar um tempo parado. Vamos aguardar. Ele é importantíssimo para a gente — confirma o treinador.
Para apostar em uma ausência abreviada de Everton, o Grêmio também se baseia no histórico recente do jogador, que sofreu sábado sua terceira lesão muscular na coxa direita. A primeira, no entanto, ocorrida dia 24 de agosto de 2016, foi demorada. Na época, ainda com 20 anos, Everton já despontava como um dos goleadores do time. Coincidência ou não, sua parada marca o inferno astral de Roger Machado. O treinador comandaria a equipe por mais quatro jogos, sem obter nenhuma vitória. Everton voltou em 1º de outubro, 38 dias após a lesão, na derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, no Mineirão, já com Renato Portaluppi na casamata.
A segunda lesão, sim, registrou uma volta antecipada. Dia 12 de maio deste ano, no Gre-Nal do primeiro turno do Brasileirão, na Arena, finalizado sem gols, Everton saiu de campo com um estiramento no músculo adutor da coxa direita, sofrido aos 38 minutos do segundo tempo, e foi substituído por Lima. Estimado em um mês, o tempo de recuperação foi bem mais rápido. Dia 27, apenas duas semanas mais tarde, o atacante voltou ao time contra o Ceará, em Fortaleza, e deu o passe para Thonny Anderson marcar o gol da vitória. Desde então, consolidava-se como o jogador mais importante da equipe. Na temporada, já marcou 17 gols.
— Esta é a hora de apostar no grupo. Renato conhece bem a todos. Pepê, por exemplo, é jovem, mas já demonstrou qualidade — ameniza o vice de futebol, Duda Kroeff.
Alisson é quem, no momento, reúne maiores condições para ser o seu substituto. Sábado, foi ele quem assumiu o lado esquerdo do ataque a partir da saída de Everton. Não se trata de sua posição preferida, embora a tenha exercido na época do Cruzeiro. Foram pelo lado direito seus melhores momentos com a camisa do Grêmio.
Pelas mesmas razões, Marinho não deverá ser a preferência de Renato. Escalado pelo lado direito, o atacante demonstra facilidade para girar o corpo e tentar a conclusão com o pé esquerdo. O lance em que sofreu o pênalti contra o Bahia, sábado, é típico do ex-jogador do Vitória.
Como sempre atuou pela esquerda, Pepê poderia se garantir como substituto natural, desde que fosse mais experiente. Autor de dois gols na temporada, ele teve atuação discreta contra o Fluminense, no Engenhão, na última chance que recebeu de Renato.
— Renato vai passar por um sufoco para achar o substituto. Everton está muito bem mesmo. É nosso principal jogador. Puxa contra-ataque, faz gol. É o salvador da pátria — comenta o ex-atacante Tarciso, que pretendia visitar o treinador do Grêmio no CT Luiz Carvalho na manhã de hoje, mas, diante do quadro de preocupação instalado no clube com a lesão, desistiu.
Também um velocista em sua época como jogador, Tarciso destaca que atacantes com essa característica são os mais expostos a lesões musculares, por serem muito exigidos no arranque. E faz sua aposta para substituto.
— Pepê é um jogador rápido, mas não tem o casco duro de Everton. Fico com Marinho, que é rodado. Mas precisa ser preparado desde já. Esta lesão veio na hora errada — lamenta.
Na manhã desta terça (9), o DM também irá se pronunciar sobre os problemas de Marcelo Grohe e Ramiro. Com lesão muscular grau 1 na coxa direita, o goleiro deverá parar por 10 dias. Quanto ao volante, não atua desde a vitória por 3 a 1 frente ao Ceará, dia 23 de setembro. Por um alegado desconforto muscular, ficou fora contra Fluminense, Tucumán-ARG e Bahia.
Quem jogará?
Alisson
43 jogos
8 gols
5 assistências
Marinho
12 jogos
1 gol
1 assistência
Pepê
23 jogos
2 gols
1 assistência