O Grêmio saiu vivo de Quilmes. Apesar da derrota por 2 a 1 para o Estudiantes nesta terça-feira, no jogo de ida, na Argentina, o time de Renato Portaluppi, graças ao saldo qualificado, precisa só de vitória simples na partida de volta, dia 28, na Arena, para se classificar às quartas de final da Libertadores. Os argentinos, contudo, têm a vantagem do empate para avançar. Novo 2 a 1 levará a decisão aos pênaltis.
Após o jogo, concedendo entrevista em uma sala improvisada na academia do Estádio Centenário, Renato avaliou que o resultado, de fato, foi melhor do que a atuação de sua equipe em Quilmes. Para o treinador do Grêmio, o principal erro de seus jogadores foi cair na armadilha do Estudiantes, que abusou da catimba para desestabilizar os gaúchos.
— Nós sabíamos que eles iriam nos pressionar no início do jogo. Deu um apagão na nossa equipe nos primeiros 15 minutos, mas depois conseguimos controlar as coisas e fazer um gol no fim do primeiro tempo. Isso deu um pouco de tranquilidade. No intervalo, corrigi as coisas erradas e passei confiança ao time. Encontramos nosso futebol e criamos chances, mas o empate não ocorreu — explicou Renato, que completou:
— Entramos no jogo do Estudiantes, o da catimba. Temos que jogar futebol. Não era para competir em malandragem, mas ser malandro no momento certo. Tivemos chance clara, mas a bola não entrou. Estamos vivos e em Porto Alegre a história será diferente.
Para o zagueiro Kannemann, autor do gol gremista na partida, o Grêmio teve dificuldade em campo principalmente pela dificuldade em se adaptar ao gramado do Centenário de Quilmes. Mas o argentino também não deixou de citar os acertos do adversário.
— Não entendemos o jogo no início. Jogamos em um campo pequeno e a bola travava. Eles estavam rápidos e fizeram um golaço, com méritos, e outro de bola parada. Nós conseguimos um gol e tivemos tranquilidade. O Renato disse para colocar a bola no chão e tentar jogar. Nós fomos melhores no segundo tempo e tivemos chances para o empate. Mas estamos vivos para o jogo da Arena. É fazer um gol e não tomar para se classificar — comentou o zagueiro.
Chamou a atenção também a escolha de Renato ao colocar o lateral-esquerdo Marcelo Oliveira como titular na Argentina. O treinador confirmou que Bruno Cortez, que ficou no banco, estava em boas condições físicas. Sem explicar se os critérios envolveram fatores extracampo, o treinador disse que sua escolha foi pessoal.
— O Marcelo entrou porque eu quis que ele jogasse. Isso vale para o Marcelo e para o Cortez. Quando recebem chance, os jogadores precisam mostrar porque vão jogar a próxima partida. O Cortez está bem (fisicamente), jogou a última partida. Assim como o Marcelo também está bem — disse Renato.
Após o jogo, na saída do vestiário, Cortez atendeu rapidamente a imprensa e evitou qualquer tipo de polêmica com o chefe.
— Estou bem, foi opção do treinador. Tanto eu como o Marcelo estamos bem, todo mundo está aí para esperar a oportunidade. Quem ganha é o Grêmio — disse o lateral-esquerdo que agora virou reserva.
Para o jogo de domingo, contra o Vitória, pelo Brasileirão, Renato deverá poupar seus titulares mais uma vez, já que terá pela frente na próxima semana o jogo de volta com o Flamengo pelas quartas de final da Copa do Brasil no Maracanã.
A tendência é de que Everton, que se recupera de desconforto muscular, ainda seja preservado. Antes de voltar a se preocupar com o Estudiantes e com a Libertadores, o foco está na decisão da próxima quarta-feira.
— As duas (Copa do Brasil e Libertadores) são dificilíssimas. Pode parecer que o jogo no Rio pode ser mais difícil, mas não é assim. Sempre será complicado na Libertadores. Sou fã do futebol argentino, jogar com eles sempre é difícil. Temos todas as condições de ganhar as duas partidas — avaliou o vice de futebol Duda Kroeff.