Vai além da saída de Arthur, que viajou nesta terça-feira para apresentar-se ao Barcelona, o desafio de Renato Portaluppi de recompor o meio-campo do Grêmio. Ainda com resquícios da lesão muscular sofrida em junho, o volante Maicon terá que agilizar sua recuperação para estar em campo na próxima quarta-feira, dia 18, contra o Atlético-MG, no primeiro jogo oficial após a parada da Copa do Mundo.
O capitão, que não atua desde a derrota para o Palmeiras, em 6 de junho, pela 10ª rodada do Brasileirão, fez os primeiros movimentos com bola no CT Luiz Carvalho, acompanhado da equipe de fisioterapia. Não deixa de ser um retrocesso, já que ele participou com normalidade dos primeiros trabalhos da intertemporada. No vídeo divulgado pelo clube, ele aparece fazendo tratamento no momento em que abraça Arthur, que se despedia no vestiário.
Não será surpresa, assim, se Jailson e Cícero for de novo a dupla de volantes escolhida por Renato para enfrentar o Atlético-MG. Maicon, assim, ganhará tempo para o primeiro jogo contra o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, dia 1º de agosto, na Arena.
O certo é que, sem Arthur e sem poder contar com Maicon em todos os jogos de um calendário apertado, Renato precisará repensar a forma de atuar do meio-campo. Além de Jailson e Cícero, ele conta com Matheus Henrique e Michel, este também em recuperação de lesão muscular. Nesse contexto, até mesmo o recuo de Ramiro e a entrada de Marinho não podem ser descartados. No amistoso contra o Corinthians, Ramiro, em muitos momentos, atuou na mesma linha de Jailson e Cícero como um terceiro volante.
— Prefiro que Ramiro continue sendo escalado preferencialmente como meia pela direita. Como é um jogador múltiplo e com condições de executar várias funções, pode ser volante, se necessário. Para esta posição, porém, Renato está muito bem abastecido com Maicon, Jailson, Cícero e, mais adiante com Michel e, quem sabe, Matheus Henrique — opina Cleber Grabauska, comentarista da Rádio Gaúcha e colunista de gauchazh.com.
Ramiro é, acima de tudo, um polivalente. Pai e procurador do volante, Gilnei Benetti lembra que, no Juventude, ele atuou, tanto na base como nos profissionais, como lateral, volante e meia.
Foi essa capacidade de ser múltiplo que despertou o interesse do Grêmio, no final de 2012. Só que, antes de virar profissional, Ramiro passou pelo time sub-23, algo que gerou algum desgosto.
— Vanderlei Luxemburgo foi o primeiro a apostar nele como volante. Ele não teria problema em atuar nessa posição novamente — entende Gilnei.
No mesmo vídeo de despedida de Arthur, Ramiro brinca com o agora colega de Messi, citando a semelhança física entre os dois.
— Pelo menos agora as pessoas vão parar de me chamar de Arthur na rua — sorriu.
Renato vê o desafio de encontrar um substituto para Arthur como apenas mais um dos tantos que enfrentou desde sua chegada, em 2016. E caminha na contramão da torcida, que tem pressa.
— Temos que achar um substituto do Arthur, (a vaga) está em aberto. Vai depender dos jogadores, das condições de cada um, no momento que entrar, de aproveitar as oportunidades. Mas não vamos mudar nossa maneira de jogar — promete o treinador.
As duplas de volantes em 2018
Jailson e Maicon — 12 jogos
Arthur e Maicon — 11 jogos
Arthur e Cícero — 2 jogos
Maicon e Cícero — 2 jogos
Michel e Thaciano — 1 jogo
Jailson e Cícero — 2 jogos
Jailson e Arthur — 2 jogos
Michel e Jailson — 3 jogos
*Pelo time de transição, Balbino, Rodrigo Ancheta, Matheus Henrique também atuaram como volantes