Um sinal de alerta quanto ao que vem pela frente em agosto. Dessa forma é interpretada a carraspana de Renato e dos dirigentes nos jogadores do Grêmio após a derrota para o Vasco, no domingo (22), em São Januário.
Uma boa largada na fase de mata-mata na Copa do Brasil e na Libertadores, a partir do próximo mês, é encarada como crucial para que a temporada seja fechada com êxito. Por isso, qualquer sinal de desmobilização deixa direção e comissão técnica em estado de alerta.
Os jogos contra o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, serão nos dias 1º e 15 de agosto. As oitavas de final da Libertadores, contra o Estudiantes-ARG, estão marcadas para 7 e 28 de agosto.
Nesta segunda-feira (23), dirigentes se apressaram em esclarecer que as críticas no Rio foram pontuais e não externam uma eventual quebra da harmonia no vestiário. As manifestações, garantiu a direção, só foram feitas pela espantosa diferença de rendimento em comparação com o futebol apresentado na partida anterior, em que o Grêmio havia vencido com folga ao Atlético-MG, por 2 a 0.
— A ideia era dar uma mexida. É certo que eles entrarão mais antenados. Não tem como fazer uma partida como a de quarta (Atlético-MG) e outra como a de domingo — disse uma fonte ouvida por GaúchaZH.
O vice de futebol Duda Kroeff disse ter ficado surpreso com a repercussão obtida pela fala de Renato. Lembra não ter sido esta a primeira vez em que o técnico externou de forma pública seu descontentamento com uma atuação.
— Ele costuma fazer isso. Na derrota no Gre-Nal (2 a 0, no Beira-Rio, pelas quartas de final do Gauchão) ele já havia sido muito duro, mesmo que o time tivesse passado de fase — disse o dirigente, citando a reprimenda do técnico em Bressan, que cometeu o pênalti.
Se Renato e Kroeff foram duros diante dos microfones, o diretor de futebol Alberto Guerra usou as redes sociais para externar seu inconformismo com o desempenho do time. Em sua conta no Twitter, começou por definir como "lamentável" a atuação.
O que mais provocou repercussão, contudo, foi a utilização da palavra envergonhado. Guerra encerra sua postagem com a crença de que a derrota servirá como estímulo " para seguir trabalhando ainda mais forte".
O diretor, ao mesmo tempo, assegura que não há qualquer forma de estremecimento em sua relação com os jogadores.
— Sempre defendi o grupo. Ajudei a montá-lo em 2016. Foram esses jogadores que ganharam quatro títulos. É por isso que acho que não se deve sair contratando de qualquer forma, já que temos qualidade de sobra em casa. Minha crítica foi ao jogo — salientou.
Guerra vai além. Salienta que sua fala teve como destinatários não somente os jogadores.
— A crítica é a mim também, a toda a direção. Falhamos todos nós por não termos feito o time entrar focado — afirma o dirigente, convencido de que a resposta dos jogadores virá na forma de uma boa atuação contra o São Paulo, quinta-feira.
A interpretação de que uma possível desmobilização de Luan tenha relação com uma negociação com um clube europeu também é contestada pelo clube. A direção reitera que não há qualquer oferta pelo atacante. A conclusão é de que Luan, como quase todos os outros jogadores, correu menos do que deveria. E desejará dar uma resposta à torcida dentro de campo na quinta-feira (26), contra o São Paulo.