Pelas mãos de Renato Portaluppi, Everton transformou-se este ano no herdeiro de Pedro Rocha e de Fernandinho no Grêmio. Além dos conselhos do técnico, a observação aos atacantes que foram titulares nos dois últimos anos fez o Cebolinha crescer em fundamentos importantes para se firmar como titular da equipe.
Ao atender GaúchaZH por telefone desde Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará, o pai de Everton, Carlos Alberto Soares, fala com orgulho sobre a evolução do filho. Ele revela como Pedro Rocha, que hoje atua no Spartak Moscou, da Rússia, teve influência no crescimento do atacante.
— Ele sempre me dizia que, se tivesse sequência, iria responder em alto nível. Taticamente, ele também melhorou muito. Aprendeu a marcar também por ver o que o Pedro Rocha fazia em campo e melhorou muito neste quesito. O Everton está sendo um jogador muito importante no lado esquerdo do Grêmio — conta o pai do atacante.
Outro fundamento importante em que Everton cresceu neste ano foi a finalização. Neste ponto, seu Carlos Alberto destaca o modelo que o filho teve ao observar Fernandinho no ano passado. Depois de ver o ex-colega, que hoje joga no Chongqing Lifan, da China, marcar um dos gols que definiram o título da Libertadores sobre o Lanús, o Cebolinha aprendeu rápido. Na semifinal do Mundial, contra o Pachuca, marcou o gol que garantiu a vaga ao Grêmio na decisão para enfrentar o Real Madrid.
— O Everton me falava sobre a maneira que o Fernandinho batia na bola, sempre com chutes fortes da entrada da área. E eu dizia a ele que só faz gol quem chuta. Agora, está tendo a paciência necessária que não tinha antes, quando desperdiçava gols que ele não era acostumado a perder. Isso também se deve muito ao Renato — observa seu Carlos Alberto.
O técnico deu conselhos preciosos a Everton no que diz respeito ao posicionamento em campo. Desde o ano passado, Renato trabalhou para corrigir a forma como o garoto de 22 anos combatia os zagueiros adversários para explorar melhor seu potencial.
— Antes ele ficava de costas para zaga e perdia chances, ficava impedido. Era o que ocorria com o Pedro Rocha. Evoluiu bastante, cresce a cada partida e consegue gols importantes. Faz o que aconselho, é importante para ele — avaliou Renato, que completou:
— O Everton segue a trilha do Pedro Rocha, que tinha alguns defeitos e foi trabalhando. Passamos confiança ao Pedro e deu no que deu. O Everton tem as mesmas características. Dou conselhos, falo para usar a velocidade dele.
Fora de campo, o bom momento do Cebolinha atrai o olhar de outros clubes. Neste ano, a Lazio, da Itália, já demonstrou interesse. O empresário de Everton, Gilmar Veloz, também revela sondagens de equipes da França e da Inglaterra pelo jogador. Com contrato até o final de 2020, o atacante não sai da Arena por menos de 15 milhões de euros (R$ 60 milhões). Mas seu representante garante que a palavra final sobre o futuro do atleta será do Grêmio.
— O Everton teve inteligência para esperar a hora dele. Está atuando em um dos maiores clubes da América e do Mundo e tem que consolidar a carreira dele aqui, aproveitando as orientações do Renato. Entendo que ele deveria seguir no Grêmio ao menos por mais um ano e meio para colher os frutos deste trabalho que está realizando. É o que ele pensa também — explica Veloz.
Compare os desempenhos de Everton, Pedro Rocha e Fernandinho:
Everton (2018)
13 jogos
3 gols (0,23 por jogo)
1105 minutos
12 finalizações certas (20 erradas)
358 passes certos
26 desarmes
21 faltas recebidas
2 assistências
1 cartão amarelo
Pedro Rocha (2017)
40 jogos
11 gols (0,28 por jogo)
3112 minutos
48 finalizações certas (27 erradas)
772 passes certos
35 desarmes
55 faltas recebidas
10 assistências
4 cartões amarelos
Fernandinho (2017)
59 jogos
12 gols (0,20 por jogo)
3574 minutos
33 finalizações certas (62 erradas)
1013 passes certos
39 desarmes
130 faltas recebidas
4 assistências
5 cartões amarelos