Nos últimos anos, Grêmio e Cruzeiro reacenderam o clima de rivalidade por conta de dois mata-matas de semifinal na Copa do Brasil. Em 2016, a equipe de Renato Portaluppi saiu campeã. Ano passado, o time de Mano Menezes levou o título. Agora, os dois clubes se reencontram na estreia do Brasileirão, sábado, em jogo que ocorrerá no Mineirão.
Desde o mata-mata do ano passado, as duas equipes primaram pela continuidade, mantendo seus treinadores. Afinal, as duas encerraram a temporada passada comemorando taças: o Grêmio conquistou a Libertadores e foi vice do Mundial enquanto que o Cruzeiro foi campeão a Copa do Brasil e garantiu vaga na principal competição do continente de 2018.
Para o comentarista Sérgio Xavier, do SporTV, o Grêmio chega em momento superior para o confronto pelo Brasileirão. No entanto, destaca o setor ofensivo do Cruzeiro como capaz de fazer a diferença no jogo deste sábado.
— Grêmio chega melhor, mas joga fora contra quem vem de um triunfo espetacular e isso equilibra o jogo. Entendo que o Grêmio está num grau de maturidade 9 contra 7 do Cruzeiro. Os mineiros dependem de Thiago Neves e De Arrascaeta. A dupla, por vezes se alternando, vem resolvendo os problemas da equipe e fazendo a diferença — observou Xavier.
O comentarista Bob Faria, da Globo Minas, entende que as duas equipes se equivalem no momento. Também lembra que ambos tiveram de superar dificuldades nesta temporada para conquistarem os títulos estaduais.
— São dois times muito fortes. Deram continuidade aos seus trabalhos, mantiveram seus treinadores e estão parelhos. O Cruzeiro teve um momento de queda no Mineiro quando perdeu o primeiro jogo da final. Com o Grêmio, isso aconteceu antes, na primeira fase, quando foi até lanterna. Mas ambos se recuperaram com brilhantismo — avalia Faria.
Em tópicos, o que mudou em Grêmio e Cruzeiro para o jogo de sábado:
Times
Da equipe do Grêmio que atuou no mata-mata da Copa do Brasil em 2017, sete jogadores devem estar em campo sábado, no Mineirão. As ausências são Lucas Barrios, que foi para o Argentinos Jrs; Pedro Rocha, hoje no Spartak-RUS, Edilson, no Cruzeiro, e Michel, que foi para o banco para o retorno do capitão Maicon ao time. A escalação titular foi: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel (lesionado, deu vaga a Bressan no jogo de volta), Kannemann e Cortez; Michel, Arthur; Ramiro, Luan e Pedro Rocha; Lucas Barrios.
— O Grêmio tem a defesa arrumada, o meio-campo no melhor momento do ano com Arthur e o Maicon fininho, ataque com opções no comando e Luan em boa fase. O problema da lateral direita existe, o Renato tem conseguido soluções parciais. Ele resolve num tempo e se atrapalha no outro, é a única pendência do time hoje — avalia Sérgio Xavier.
Do Cruzeiro que enfrentou o Grêmio, a principal novidade neste ano é o retorno do zagueiro Dedé à defesa da equipe após se recuperar de grave lesão no joelho esquerdo. Serão ao menos cinco jogadores em campo em relação ao time que jogou contra o Grêmio: Fábio, Léo, Henrique, Robinho e Thiago Neves. A escalação do jogo de volta com o Grêmio no ano passado foi: Fábio; Ezequiel, Léo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson, Robinho, Thiago Neves e Élber; Alisson.
— O Dedé voltou em um grande nível. Curiosamente, após nove meses parado, voltou muito inteiro fisicamente. Está com bom tempo de bola, vive grande momento — conta Bob Faria.
O 2018 deles
A rotina de títulos dos dois clubes seguiu nesta temporada. Em Minas Gerais, o Cruzeiro abriu o ano com o título estadual conquistado sobre o rival Atlético-MG. O Grêmio já faturou duas taças: a Recopa sobre o Independiente-ARG e também o Gauchão contra o Brasil-Pel.
Na Libertadores, o time gaúcho é o vice-líder do Grupo A, com quatro pontos, e os mineiros são os lanternas da chave E, com um ponto somado. No Brasileirão, pela força dos elencos, ambos são considerados candidatos ao título. Com a conquista da Copa do Brasil no ano passado, o Cruzeiro se igualou ao Grêmio como o maior campeão do torneio nacional, com cinco taças. Nesta temporada, são os únicos que podem buscar o hexa.
Troca-troca
Fora de campo, os clubes também chamaram a atenção. No final do ano passado, o Cruzeiro fez uma proposta tentadora ao lateral Edilson para convencê-lo a deixar o Grêmio. Depois de idas e vindas nas tratativas, em que foram oferecidos nomes como Rafael Marques, Elber e Rafael Sobis, estes vetados pelo clube gaúcho, enfim as equipes chegaram a um acordo e os meias-atacantes Alisson e Thonny Anderson foram utilizados na troca.
Reforços
O Cruzeiro foi um dos clubes brasileiros que mais contrataram nesta temporada. Entre os destaques, além de Edilson, estão o centroavante Fred, que veio do Atlético-MG e sofreu grave lesão no joelho e ficará seis meses afastado, o volante Bruno Silva, ex-Botafogo, o lateral Egídio, ex-Palmeiras, e o meia Mancuello, ex-Flamengo. Outros reforços foram o lateral Marcelo Hermes, ex-Grêmio, que estava no Benfica-POR, e também o atacante David, que era do Vitória.
O Grêmio trouxe menos reforços, já que manteve boa parte do elenco. O grande destaque é o centroavante André, que veio do Sport. Também chegaram, além de Alisson e Thonny Anderson, o atacante Hernane, ex-Bahia, o lateral Madson, ex-Vasco, o zagueiro Paulo Miranda, ex-Red Bull-AUS, e os meias Thaciano, ex-Boa-MG, e Maicosuel, ex-São Paulo.
Saídas
No Grêmio, as principais saídas, além de Edilson, ocorreram no ataque: Lucas Barrios e Fernandinho não renovaram seus contratos e deixaram o clube. O primeiro foi para o Argentinos Jrs. e o segundo ao Chongqing Lifan, da China. No Cruzeiro, saíram o meia Elber, para o Bahia, o lateral Galhardo, para o Vasco, e o lateral Edimar, ao São Paulo.