Mesmo classificado, o Grêmio trata de tirar lições da derrota no Gre-Nal 415 para os jogos com o Avenida na semifinal do Gauchão. O sentimento de alívio ao final do clássico no Beira-Rio foi evidenciado pelo técnico Renato Portaluppi ainda na beira do gramado, ao erguer as mãos para o alto e comemorar a vaga com seus jogadores.
A vantagem de três gols construída na Arena moldou a estratégia do treinador no Beira-Rio, que era esperar o Inter e tentar marcar um gol no contra-ataque. No entanto, o pênalti cometido por Bressan em Rodrigo Moledo no primeiro tempo quase colocou tudo a perder.
— O adversário tinha qualidade. Tomei um gol de pênalti e outro em uma falta. A estratégia do Inter era aproveitar a bola aérea. A nossa era aproveitar o desespero deles, aí nós seriamos letais para matar o jogo. Só que cometemos um erro infantil no pênalti e tomamos o gol. Deixamos o Inter crescer na partida — admitiu Renato.
Na saída de campo, os atletas lamentaram a queda de desempenho do time e falaram do sofrimento que a equipe teve para garantir a classificação.
— Construímos um resultado importante na Arena. Nós sofremos e ficamos chateados pela derrota. Temos que aprender com isso, quase perdemos a classificação — disse o goleiro Marcelo Grohe.
— Não podemos dar a bobeira que demos hoje, quase fomos eliminados. Mas conseguimos o objetivo, que era a classificação — avaliou o lateral-esquerdo Cortez.
O técnico Renato, no entanto, viu superioridade do Grêmio no mata-mata. Além disso, não perdeu a chance de cutucar o rival.
— Nos três Gre-Nais, o Grêmio levou a melhor. Não jogamos o Estadual só contra o Inter. Nós fizemos festa aqui no Beira-Rio, o Grêmio está na semifinal. Nossa torcida está feliz, a deles comemorou a vitória. Mas quem vai ver o Grêmio jogar a semifinal é a torcida do Inter — ironizou.
Para os jogos com o Avenida, o primeiro deles no domingo, no Estádio dos Eucaliptos, em Santa Cruz, e o segundo na quarta-feira, na Arena, Renato utilizará Arthur como titular. Sem Maicon, o técnico escalou Cícero no meio-campo como titular. Justificou a escolha pela estatura na bola aérea e ainda pela falta de ritmo de jogo do volante vendido ao Barcelona.
— A partir de domingo, o Arthur volta, aí será outra partida. Ele não está 100% ainda, mas vai começar jogando — garantiu Renato, que completou:
— Optei por iniciar com o Cícero pela saída de bola e pela estatura na bola aérea. Um jogador, quando volta de três meses de lesão não recupera o ritmo de jogo em uma só partida. A gente estava jogando a classificação, por mais qualidade que ele tenha, seria um grande risco. Em um jogo decisivo como esse, era uma substituição certa.
Sobre o rival na semifinal, o Avenida, Renato disse não se importar com a qualidade do gramado do Estádio dos Eucaliptos, em Santa Cruz.
— Assisti ao jogo deles com o Caxias, estão de parabéns. Não importa se o campo é bom ou ruim, eles venceram nosso time de transição lá. Agora é diferente, estamos na semifinal e são 180 minutos. Tenho que preparar minha equipe para obter um bom resultado — concluiu o treinador.