O sonho do bi mundial fará ao menos 1,5 mil gremistas embarcarem nos próximos dias para os Emirados Árabes. Ao menos esta é a previsão das principais operadoras de turismo do Estado. Não fosse pela curta diferença de 13 dias entre a final da Libertadores e a estreia do Grêmio em Al-Ain, contra Pachuca, do México, ou Wydad Casablanca, do Marrocos, este número poderia chegar a 10 mil.
Também por isso, crescem as dificuldades para quem deseja viajar para acompanhar o time de Renato Portaluppi. O custo médio dos pacotes varia entre R$ 9 a R$ 15 mil. O principal requisito é o visto para os Emirados, que pode ser encaminhado por agências de viagem ou diretamente pelo consulado e fica pronto em até três dias. Para isso, o passaporte tem de ter, no mínimo, mais seis meses de validade.
No entanto, obter uma passagem em dezembro para Dubai, o principal ponto turístico dos Emirados Árabes, é um verdadeiro desafio. Nos voos diretos, operados pela Emirates, que saem de São Paulo e do Rio de Janeiro, não há mais disponibilidade.
— A Emirates tem dois voos diários que estão lotados há bastante tempo. Como Dubai é um destino que atrai muita gente no final do ano, não só para turismo, mas também para negócios, a demanda é muito maior do que os lugares disponíveis — observa João Machado, dono da agência Vera Machado e presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem do Rio Grande do Sul (Abav-RS).
Assim, o jeito é fazer escala na Europa ou na África. A própria delegação do Grêmio terá de utilizar este expediente, dividindo o grupo em dois: uma parte irá com a alemã Lufthansa, fazendo escala em Frankfurt, e outra pela inglesa British, passando por Londres.
É o mesmo que fará o empresário Laurindo Zandonai, 67 anos, mas com escala em Paris, já que viajará pela Air France. Só que ele embarcará no dia 12, quando o Grêmio disputará a semifinal do Mundial. Ou seja: corre o risco de chegar aos Emirados com o Grêmio já eliminado da competição. De qualquer forma, não perderá a viagem, já que poderá visitar seu filho, Juliano, que mora em Dubai.
— Essa data foi a que eu consegui com uma tarifa melhor. Vou com a esperança de que vamos nos classificar para enfrentar o Real Madrid na final e conquistar este bi mundial — conta Zandonai, que, a exemplo do Grêmio, vai encarar uma viagem com duração de quase um dia devido às escalas.
Outros vão sofrer um pouco menos. É o caso do empresário Lúcio Martins, 49 anos, que levará junto sua filha Joana, 14 anos. Os dois foram para a Argentina e viram, das arquibancadas do La Fortaleza, a conquista do tri da América sobre o Lanús. Ainda antes de voltar ao Brasil já encaminharam a compra do pacote em voo da companhia Ethiopian que foi fretado pelas operadoras OneWorld e Personal. A duração do voo, que sairá de Porto Alegre na manhã de domingo, dia 10, e fará escala na Etiópia, será de 18 horas.
— Depois que terminou o jogo com o Lanús, assim que a gente conseguiu acesso à internet, acionei meu agente, o João Machado, e conseguimos este pacote. Prometi para minha filha no início do ano que se o Grêmio ganhasse a Libertadores a gente iria para Dubai — explica.
Foi uma aposta de risco. Se o Grêmio não fosse campeão, eu teria de cancelar a viagem e pagar multa
MARCOS LOPES
Empresário
Também em voo com escala na Etiópia irá o empresário Marcos Lopes, 34 anos. Sua confiança no título do Grêmio na Libertadores era tanta que comprou a passagem para os Emirados logo após a classificação sobre o Barcelona de Guayaquil na semifinal. Sua viagem será em voo de carreira da Ethiopian, que sairá de São Paulo na manhã do dia 10, também com duração de 18 horas. Ele também confia no bi.
— Foi uma aposta de risco. Se o Grêmio não fosse campeão, eu teria de cancelar a viagem e pagar multa. No Mundial, vamos passar do primeiro jogo. A final será mais complicada. Mas, se jogar como no primeiro tempo contra o Lanús, temos grandes chances — observa.