Foi com um longo suspiro, atribuído por ele ao cansaço mental, que Renato Portaluppi abriu a entrevista coletiva em que analisou a classificação do Grêmio para sua quinta final de Libertadores. Campeão do torneio pelo Grêmio como jogador, em 1983, o técnico disse que, se preciso, passaria a noite inteira repetindo as mesmas palavras:
— Não adianta ficar dando voltinhas. O Grêmio está na final. E ponto final.
Sentado ao lado da filha Carol, a quem chamou de pé quente, e ainda com a mesma gravata que usou durante a partida, Renato deixava claro que, naquele momento, pensava somente em comemorar a vaga na final. Esquivou-se, por exemplo, de especular se espera contar com Lucas Barrios, preservado contra os equatorianos por dores musculares. Muito menos evitou polemizar com Jorge Almirón, técnico do Lanús, para quem sua equipe não teria dificuldades contra o Grêmio caso se encontrassem em uma decisão, o que agora está consumado.
— Ele falou que não foi bem aquilo que havia dito. Mas, independentemente de qualquer coisa, ele está de parabéns por ter chegado à final. Não estou aqui para rebater ninguém — disse.
O técnico descarta favoritismo de qualquer equipe. Vê uma final "50% a 50%" e muito pegada por envolver brasileiros e argentinos.
Sobre o fato de decidir fora, lembrou que, na Copa do Brasil de 2016, o Grêmio, mais de uma vez, soube fazer a vantagem no primeiro jogo.
— Não temos a obrigação de vencer em casa. Mas vamos tentar sair com uma vantagem — projetou.
Renato reconheceu que o Grêmio não fez uma grande partida contra o Barcelona-EQU. Na sua interpretação, pode ter ocorrido um acomodamento com a vantagem obtida no primeiro jogo. Prometeu que os próximos dias servirão para analisar, em vídeo, os erros cometidos até agora "para entrar muito forte" na decisão.
Ao comentar sua opção por Cícero, de má atuação na Arena, Renato justificou que se trata de um jogador que há quase três meses disputava uma partida.
— Ele tem muitas qualidades. Chuta bem, tem uma ótima bola aérea. Vai nos ajudar bastante — confia.
Para o presidente Romildo Bolzan Júnior, a final contra o Lanús pode não ser "a mais charmosa", mas será muito difícil.
Por regulamento, o Grêmio terá direito a quatro mil lugares no jogo decisivo no La Fortaleza, em Lanús, dia 29.