Lendo a chamada desta coluna, o caro leitor pode achar que estou defendendo de maneira inflamada que a Libertadores está destinada ao Lanús, que a Conmebol tem interesse que o time argentino vença a competição, como alguns ilustres colegas vêm defendendo, como o Rodrigo Adams, neste espaço, e Cacalo, no Sala de Redação. Mas não é por aí.
Entendo o posicionamento deles, motivado pelos erros bizarros da arbitragem, mas não acredito muito em favorecimento explícito. Ao menos, não em pleno 2017. Por isso, apoio a atitude de nosso presidente, que viajou para o Paraguai, para reclamar com a direção da Conmebol, por conta da arbitragem desastrosa do primeiro jogo da final. Bolzan está defendendo os interesses do clube, é do jogo. E espero que ele consiga entender (porque, até agora, ninguém entendeu), a função do árbitro de vídeo, que devia ter intervido no bizarro pênalti não marcado em cima de Jael (aliás, circula um GIF sensacional nas redes sociais, que mostra bem a hora que o zagueiro do Lanús se joga sobre Jael, como um touro sem controle, que comprova sem nenhuma sombra dúvida que foi pênalti).
Mesmo apoiando nosso presidente, não entro nessa de competição comprada, favorecimento para A ou B. Aqui na Província de São Pedro, temos o costume de reclamar da arbitragem quando ela erra contra o nosso time (dirigentes de Grêmio e Inter fazem isso constantemente). Porém, nos calamos quando o juiz erra contra o adversário. Todo Gauchão é a mesma coisa, um festival de erros contra os times do Interior, e a favor da Dupla. E alguém fala alguma coisa? Nada. A não ser os dirigentes dos times menores que, obviamente, não tem a mesma força na mídia e nas redes sociais do que os dirigentes da Dupla.
O que aconteceu na quarta, e seguirá acontecendo, é que temos uma gama incrível de juízes ruins e despreparados. Seja no Brasil ou nos países vizinhos? O motivo: enquanto todo o futebol é profissional, paga milhões, hotéis de luxo, preparação física de primeiro mundo, o juiz é amador. Tem que se virar em vários empregos ao mesmo tempo, já que o futebol é uma renda totalmente incerta e o profissional depende de sorteio para saber a quantidade de jogos que atuará naquele mês. Para relembrar um pouco de como é a rotina dos juízes, leia a brilhante matéria do companheiro de Redação aqui de Zero Hora, Sergio Villar.
Então, deixemos a pressão fora de campo para o presidente. Claro, ficaremos de olho, não nos levarão essa competição na marra. Mas, o que importa, é dentro do campo. E nas quatro linhas, acredito que o Grêmio é melhor que o Lanús, enfrentará dificuldades, é claro, mas levará o título.