Um caldeirão com 50 mil torcedores do Barcelona de Guayaquil aguarda o Grêmio na próxima quarta-feira, no Equador, no jogo de ida pela semifinal da Libertadores.
Após o fracasso da seleção local nas Eliminatórias para a Copa, o Barcelona, que é o clube mais popular do país, tornou-se a principal esperança de alegria aos equatorianos. Por isso, a partida que ocorrerá no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo ou Banco Pichincha - a instituição comprou os naming rights em 2007 - já tem ingressos quase esgotados.
A perspectiva que o clube tem de voltar a uma final de Libertadores depois de 19 anos mobiliza Guayaquil. Na última decisão, contra o Vasco de Juninho Pernambucano, Luizão e Donizete, em 1998, o Barcelona terminou como vice-campeão após perder no Rio, por 2 a 0, e no Equador, por 2 a 1. Para o repórter Victor Loor Bonilla, do site equatoriano StudioFútbol, o clima que o Grêmio enfrentará será de muita pressão.
— A expectativa é de estádio cheio e uma recepção criativa da torcida quando o Barcelona entrar em campo — conta o jornalista.
O meia João Paulo, do Botafogo, jogou recentemente em Guayaquil. Na fase de grupos da Libertadores, o time carioca teve boa atuação e buscou um empate em 1 a 1. A ZH, o jogador conta que a postura aberta do Barcelona em casa proporcionou várias chances de gol. Mas, como agora trata-se de uma partida eliminatória, a estratégia do time equatoriano deve ser diferente.
— As condições são boas, o gramado do estádio é muito bom. A pressão existe, como em qualquer outro jogo de Libertadores. Quando atuei lá valia três pontos, agora o Grêmio vai enfrentar um mata-mata. Eles devem ter mais cautela, mas vão buscar o resultado. O Barcelona atacará nos minutos iniciais buscando o gol, mas sem se descuidar na defesa — entende João Paulo.
O meia revelado pelo Inter, que chegou este ano ao Botafogo, também revela uma arma secreta do time equatoriano: a agilidade na reposição do goleiro Máximo Banguera.
— Quando faz alguma defesa ou a bola vai para fora, ele recompõe muito rápido para buscar o contra-ataque. É um time que joga de forma intensa, procura colocar ritmo forte no jogo. Por isso, é importante jogar compactado e não deixar espaços entre as linhas — completa.
O técnico Guillermo Almada já tem a escalação do Barcelona encaminhada para o jogo com o Grêmio. Com as suspensões do volante Gabriel Marques e o atacante Jonatan Álvez, que foram expulsos contra o Santos nas quartas de final, os substitutos serão Oswaldo Minda, no meio-campo, e o ex-colorado Ariel Nahuelpán, que tem sido testado nos últimos jogos. Apesar do fraco desempenho, também ocasionado por problemas físicos, com só quatro gols em 20 jogos, o centroavante tem o apoio da diretoria.
— Nahuelpán tem tido falta de sorte por suas lesões. Os minutos em campo fazem falta, mas confiamos nele — observou Carlos Alfaro Moreno, vice-presidente desportivo do Barcelona, ao jornal equatoriano El Comercio.