Por vezes, na vida, a matemática e seus números representam nada. Fica difícil se amparar em números, quando existe um diagnóstico a ser feito. Nas últimas semanas, Miller Bolaños entrou para a vitrine Tricolor. Muitos são os boatos, poucas são as verdades absolutas. E o tribunal da internet faz seus julgamentos.
Vamos voltar no tempo. Apresentado no Grêmio, Miller foi considerada uma das melhores contratações em 2016. Em seu primeiro clássico, a agressão. Jogou 45 minutos com o maxilar quebrado, em busca de história. Cirurgia em um país estranho, pinos no rosto, meses parado. Miller voltou. Entre altos e baixos, estava no grupo. Nas rodas de conversa, pergunta constante era: “E o Miller?” Afinal, o Grêmio tinha nele a grande esperança técnica para a temporada.
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Coube a ele fazer o primeiro e último gol do Grêmio na campanha vitoriosa da Copa do Brasil. O Tricolor saiu de uma fila de 15 anos após aquele gol, que até hoje brilha na minha retina, juntamente com o barulho ensurdecedor da Arena. E aí está o valor dos gols de Miller no Grêmio: para nós, gremistas, é imensurável. É impossível se amparar em números para quem entrega seu nome para a história.
A história é feita de personagens peculiares. Miller não será o último jogador a ter problemas num clube de futebol. Eu, honestamente, penso que ele deve ter mais uma chance. Por ele, por nós, pelo Grêmio. Por ser imensurável o tamanho da alegria que ele nos deu naquele dia 7 de dezembro de 2016.