A questão Miller Bolaños estourou justo numa semana em que o Grêmio precisava manter todas a sua atenção e energia na decisão contra o Cruzeiro. Mas os problemas não escolhem hora. E cabe ao Grêmio e a Renato descascar esse abacaxi antes de embarcar para Belo Horizonte. A cada entrevista concedida pelo técnico e pela direção, fica mais nítido que o meia-atacante está fora da Arena.
No anúncio do novo patrocinador do clube, o presidente Romildo Bolzan Júnior apresentou um novo capítulo dessa novela equatoriana. O recado foi direto. Bolaños está com a cabeça fora do Grêmio e de Porto Alegre. Esse é um direito seu, mas que precisa ser comprado. O preço, segundo Romildo, precisa ficar próximo dos R$ 20 milhões pagos pelo clube no Carnaval de 2016.
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O Grêmio, e isso ninguém pode contestar, fez todo o esforço para que Bolaños fosse na Arena o jogador da seleção equatoriana e do Emelec, o mesmo que acabou a temporada 2015 como segundo melhor da América. Primeiro, esperou com paciência as recuperações de suas lesões. Depois, apostou que com a sequência de jogos e a adaptação ao novo ambiente, ele fosse deslanchar. Por último, contornou seus deslizes e tratou de colocá-lo nos eixos sem alarde. Nada resolveu. Mais uma vez, o equatoriano alegou problemas psicológicos e pediu para ficar de fora de uma partida.
Bolaños nunca se mostrou de fato à vontade em Porto Alegre. Era visível, estava desgostoso por não ser protagonista, sentia falta do afago e das regalias que lhe destinavam no seu Equador. O Grêmio já não tinha mais desculpas para justificar a ausência da sua maior contratação dos últimos anos. A prova foi que Renato, um excelente gestor de vestiário, jogou a toalha e anunciou publicamente que tinha tentado de tudo para reintegrá-lo.
O futuro do equatoriano está longe de Porto Alegre. Mas, para atingi-lo, precisará ressarcir o Grêmio. O que prenuncia uma queda de braço logo ali adiante, quando o clube ingressa na fase mais decisiva do ano até aqui.