Ao receber a reportagem de ZH em seu condomínio na zona norte da Capital, o carioca Léo Moura usa bermuda e já nem estranha o frio gaúcho em agosto.
Já recuperado das duas lesões musculares que o tiraram de ação por um mês e 19 dias no Grêmio, o lateral-direito e meia demonstra plena adaptação ao clube e também à cidade.
Leia mais
Ramiro poderá ceder vaga a Léo Moura contra o Atlético-MG
Cacalo: "Penso que há jogadores que precisam descanso"
CBF altera horário de Grêmio e Atlético-PR, na Arena
Decisivo para a vitória sobre o Atlético-GO em seu retorno ao time no meio da semana, o veterano de 38 anos é o favorito para assumir a vaga de Ramiro no domingo, contra o Atlético-MG, na Arena, em jogo que Renato deve poupar boa parte dos titulares para enfrentar o Godoy Cruz na Libertadores.
Ao falar sobre a ótima fase que o Grêmio vive, Léo Moura abre um largo sorriso - o mesmo que ele exibe ao brincar com seu filho Lucca, de um ano, na quadra de seu condomínio. Próximo de acertar sua renovação de contrato com o clube para o próximo ano, Moura crê que vai levantar uma taça na Arena este ano:
– Um destes três campeonatos a gente vai levar. Tenho certeza que vou ser campeão no Grêmio.
Volta ao time após lesão
Ficar de fora sempre é muito ruim. Não estou acostumado a ficar de fora por muito tempo. Eu não podia voltar antes porque não estava me sentindo bem. A primeira lesão não estava bem cicatrizada, fui treinar um dia e senti dores. Por isso, eles preferiram dar uma segurada, ficar mais um tempo e voltar agora, com a certeza absoluta que não tinha mais nada. Voltei neste jogo, com vitória, jogo difícil que estava. Fiquei muito feliz por ter participado diretamente do gol.
Revezamento no grupo
Pelo calendário que a gente tem, o número de jogos, com esta sequência toda, não tem como manter o mesmo time em todas as competições. Por isso, ele tem falado: quando eu der a camisa, tem que entrar e jogar. É o que a gente tem feito, o pessoal que está de fora, quando entra, é para mudar o jogo. Eu entro com este pensamento, fazer alguma coisa diferente para furar o bloqueio dos caras. Nosso grupo é forte, o Renato escolheu a dedo cada um de nós.
Perseguição ao Corinthians
Eu, particularmente, nunca vi um time fazer uma sequência tão positiva como o Corinthians. Estamos terminando o primeiro turno e eles ainda não perderam. A distância é grande, eles estão em menos competições do que a gente. E nós temos que nos dividir em três, algumas já na reta final. Só se eles tropeçarem mesmo e a gente conseguir manter esta sequência de vitórias fora e dentro de casa. Aí sim. Mas se eles continuarem nesta mesma batida, vai ser mais difícil.
Campanha como visitante
A orientação do Renato é que a gente jogue fora do mesmo jeito que em casa. Nosso time tem esta característica, o Grêmio não joga fora de casa só para se defender. Procuramos atacar e ficar com a bola. E, pela coragem que nosso time tem, obtemos as vitórias. Jogamos para cima do adversário. O Santos, por exemplo, jogou de uma forma contra a gente aqui e, contra o Flamengo, atuou de outra. Quando jogamos como visitante, é sempre para vencer.
E se Luan sair?
Se ele sair, o Renato vai ver a melhor peça para encaixar no nosso time no lugar do Luan. Mas se a gente ainda conta com ele hoje, temos que ficar felizes, é um jogador diferenciado. Mas todo grande clube, quando tem um atleta que faz a diferença, está sujeito a perdê-lo. Temos o exemplo do Barcelona, que perdeu um grande jogador que é o Neymar, e vai ter que arrumar uma maneira de jogar sem ele. E assim será com o Grêmio, não podemos depender de um só jogador. O grupo todo tem que se fortalecer dentro de campo e fazer algo de diferente para suprir a ausência de um grande jogador.
Time encaixado
Na minha carreira, eu nunca peguei um time que tivesse um desempenho tão bom como o que o Grêmio tem hoje. No Flamengo, em 2010, a gente ganhou o carioca invicto, mas não jogava como o Grêmio. Nosso time joga bonito, tem jogado diferente, com toque de bola. A sequência positiva da nossa equipe é muito grande. Algo que eu nunca tinha visto antes.
Prevenção de lesões
Eu sempre faço trabalho de manutenção. Fora do Grêmio, procuro fazer outras coisas. Até agora estou usando uma palmilha especial. Pelos testes que eu fiz, pela pisada que eu tinha, sobrecarregava mais um lado do que o outro. Eu vou pegando os fatores que vão me ajudar daqui para frente. Fora o trabalho que a gente tem dentro do Grêmio como a preparação física. Juntando tudo isso, a gente vai procurar jogar o máximo. Mas qualquer um está sujeito a lesões.
Palmilha
Fiz os testes no Laboratório do Pé para ver a minha pisada, ali foi detectado que eu tenho um lado mais sobrecarregado que o outro. A palmilha é para igualar e não sobrecarregar mais um lado do que o outro. Isso lá na frente faz muita diferença. A adaptação foi tranquila, eu comecei a treinar com ela primeiro neste tempo que fiquei sem jogar. Agora, já estou 100% com ela.
Recuperação
Sempre fui um cara que descansa entre os jogos. Nunca voltei de uma viagem e, depois do jogo, fui sair para jantar. Tem que ter o tempo necessário de descanso, alimentação pós-jogo. Lá no Grêmio tem as botas de recuperação também. Eu procuro fazer sempre, logo após a banheira de gelo ou a quente. Hoje tem vários artifícios para ajudar na recuperação. E para mim, isso é mais importante ainda. Quando estou em casa, tento relaxar. A sequência de jogos é grande.
Renovação
A gente já teve duas reuniões. Já está meio caminho andado. Existe o interesse do Grêmio e o meu em permanecer aqui. Estou muito feliz no clube, todo mundo sabe. Talvez até o final do mês a gente já consiga definir isso. Por mim, eu permaneceria aqui até o final da minha carreira. Mas aí vai depender da proposta do Grêmio. Ainda não definimos o tempo que vai ser.
Aposentadoria
Eu sempre falo que vou jogar mais dois ou três anos. Já venho falando isso há um tempo. Mas quanto mais eu jogo, mais prazer e vontade de atuar eu tenho. Eu vejo que ainda consigo jogar em alto nível e fazer a diferença.
Paulo Victor
Ele é um grande amigo pessoal meu. Eu tinha conversado com ele dois dias antes de ele fechar com o Grêmio. Ele estava acertado com um clube da Turquia, ia viajar. E aí na sexta-feira à noite, ele me disse que tinha mudado tudo e que vinha para o Grêmio. Fiquei muito feliz. Ele esteve comigo em todo meu tempo de Flamengo, mais de 10 anos. Nosso grupo se fortaleceu mais ainda com a chegada de um grande goleiro.
Tríplice coroa
No futebol, tudo é possível. A gente não pode descartar nada. É possível porque estamos bem nas três competições, cada uma com um grau de dificuldade. Mas vamos devagar, passo a passo. A que está mais perto é a Copa do Brasil, que está no final. Temos jogos difíceis com o Cruzeiro, que tem um grupo muito forte. Mas acho que um destes três campeonatos a gente vai levar. Tenho certeza que vou ser campeão no Grêmio.
Estrangeiros
O Beto da Silva, infelizmente, teve uma sequência de lesões e não conseguiu chegar a um nível para ir para os jogos. O Gata foi uma escolha dele, por opção, decidiu não fazer mais parte. Ele está resolvendo as questões dele com o Grêmio, mas dentro do grupo é muito querido, diferenciado. O Barrios buscou seu espaço, o Arroyo, infelizmente, lesionou. O Bolaños espero que ele recupere o alto nível. Ele tem qualidade, pensa rápido. Torço para que se recupere logo.
Acompanhe o Grêmio no Gremista Gaúcha ZH. Baixe o aplicativo:
ZHESPORTES