Resta uma minguada margem de erros ao Grêmio em 2017. O alerta foi feito aos jogadores e a comissão técnica por Romildo Bolzan, numa reunião no vestiário, antes do treinamento desta quinta-feira. Ao mesmo tempo em que passou confiança, o dirigente ressaltou a necessidade da retomada do melhor desempenho já a partir de domingo, quando a equipe fará, contra o Botafogo, sua estreia no Brasileirão. A mensagem do presidente aos jogadores foi simples: "Estamos todos juntos".
Bolzan pediu especial atenção com o mata-mata da Copa do Brasil, contra o Fluminense, cuja primeira partida está marcada para o dia 17, na Arena, e oitavas de final da Libertadores. Para o presidente, o time precisa fazer deste momento um ponto de partida para a recuperação após ficar fora da final do Gauchão.
– Tivemos uma reunião muito importante para estabelecer uma espécie de marco zero na caminhada que teremos daqui para a frente. O time tem que ser regular. Não pode oscilar de baixo para cima – disse.
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Conforme Bolzan, além do próprio insucesso no Gauchão, o Grêmio pode se mirar no exemplo do Cruzeiro, que perdeu o campeonato mineiro domingo e, na quarta, foi eliminado na Copa Sul-Americana. Romildo pede um grupo fechado, em que exista cumplicidade e os jogadores se protejam.
– É um momento importantíssimo para o clube. Em maio, teremos o começo de muitas competições, como o Brasileiro e Copa do Brasil, e tentaremos passar às oitavas de final da Libertadores. O Grêmio tem que se precaver. Temos de avançar, não podemos ser tomados por surpresas – destacou.
Ao analisar as causas da queda de rendimento de um time que, apenas cinco meses atrás, sagrou-se campeão da Copa do Brasil, Bolzan apontou as lesões como fator determinante. Além da cirurgia de Douglas, a equipe tem sido desfalcada por sucessivas lesões musculares. Neste momento, Maicon e Bolaños são as ausências mais sentidas.
– Não dá para fugir disso. Isso tem que ser levado em conta, por melhores que sejam as reposições. Renato não consegue colocar o mesmo time em campo. As oscilações são pela incapacidade de manter o time – entende.
Rumores sobre uma espécie de blindagem a Renato Portaluppi foram negados com veemência. Bolzan reafirmou a confiança no trabalho desenvolvido desde setembro, quando o treinador chegou.
Apesar de entender que não tem havido, neste momento, correspondência com o bom futebol do final de 2016, o dirigente vê chances de melhora. Enxerga, até mesmo, uma semelhança com o ano passado, quando a equipe sofreu oscilações e, no fim do ano, conquistou um título importante.
– Não tem nada a ver com isso (blindagem). A comissão técnica e os jogadores têm a nossa confiança. Na verdade, foi a reafirmação de que podemos fazer um grande campeonato e de nosso compromisso com o clube e a torcida – destacou.
Nenhum jogador falou depois de Bolzan. Fontes consultadas por Zero Hora revelaram, contudo, que, em sua fala no vestiário, o presidente também pediu a eles que não se preocupassem com comentários feitos na imprensa sobre a qualidade do time.
Nesta sexta-feira, Renato Portaluppi irá conceder entrevista coletiva no CT Luiz Carvalho, com o objetivo de reforçar o tom do discurso do presidente. O técnico irá reiterar a confiança no trabalho desenvolvido para encarar Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.
O que preocupa Bolzan
Sequência de lesões
"O Grêmio sofre um processo de lesões no grupo. É um fator que determina as dificuldades. Não dá para fugir disso. Mas há certas situações que são fatalidades puras, não tem como prever uma distensão muscular"
Brasileirão
"Regularidade é a palavra-chave em Brasileirão. Ganhar em casa e empatar fora. Se possível, ganhar fora também. Não dá para recuperar depois"
Copa do Brasil e Libertadores
"Daqui para a frente é mata-mata. O Grêmio joga tudo em duas partidas, tem que fazer vantagem, sair vivo, não pode tomar gol em casa. Às vezes, o óbvio precisa ser dito e reafirmado. É preciso terminar bem as duas partidas"