Renato não deve se inspirar em Antônio Carlos Zago. Aliás, até pode. Mas para fazer o contrário. O técnico gremista recuperou a estabilidade e resgatou a calmaria na Arena ao encontrar um time para o Grêmio. Mesmo que isso custe abrir mão de alguns medalhões que tinham lugar cativo, precisa preservar. O que fez Zago no Beira-Rio? Tentou acomodar Nico e os dois novos atacantes de renome e se deu mal.
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Renato não pode se esquecer que, com Edilson na lateral-direita, Marcelo Oliveira na esquerda, Maicon à frente da área e Bolaños como falso nove, o Grêmio oscilou no Gauchão e na Libertadores. É evidente que muito do ajuste do time passa pelos passes precisos de Arthur. Com ele ao lado de Michel, um volante mais pegador, o Grêmio tem a saída qualificada e chegada à frente de forma mais organizada. Maicon é importante? Claro que é. Não foi de graça que virou o capitão e o líder do vestiário. Só que tenho dúvidas de um casamento equilibrado dele com Arthur. São dois jogadores de características parecidas, meias de origem. Creio que carecem de um jogador de mais pegada ao lado.
Na lateral-direita, Léo Moura dá a resposta que Edílson ainda não deu em 2017, uma temporada que passou mais tempo no departamento médico ou suspenso. Do meio para a frente, Ramiro está em seu lugar e hoje se ombreia com Geromel como grande nome do time. Luan e Barrios se afinaram. E Pedro Rocha faz um trabalho pesado de marcação que equilibra o time – e é ainda mais necessário agora, com o ofensivo Cortez na lateral.
Renato encontrou o time. Não pode desfazê-lo por causa de hierarquias de vestiário. Se estiver com dúvida, que olhe para o Beira-Rio. Zago tentou acomodar nomes e se deu mal. Aprendeu ao empatar com ABC que precisará mandar algum dos seus atacantes de renome para o banco. Mesmo que isso cause muxoxos.