Não é de hoje que parte da imprensa esportiva, e da torcida, não se sabe quem alimenta quem, demostra nítida impaciência com alguns jogadores, principalmente, os recém-contratados. Podemos citar uns 50 casos, mas vou me fixar em apenas dois, mais recentes. Lembro bem quando Vargas foi contratado pelo Grêmio, em 2013, naquele pacotão com André Santos, Barcos e outros.
O chileno era, e é, um grande jogador. Naquela mania da imprensa nacional de querer resultado para ontem - e jornalistas costumam dizer que os dirigentes é que são imediatistas - Vargas logo começou a ser questionado. Ficou pouco tempo, não teve muitas chances por aqui, principalmente pelas constantes convocações para a seleção do Chile. Mas, quando jogava, quando pegava na bola, era nítido que era de outra turma. Foi embora, mas acho que até não ficaria, difícil para um time gaúcho segurar um cara de sua categoria - e com seu preço.
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Em 2016, alguns nomes bem conhecidos da nossa imprensa, e parte da torcida, fizeram uma espécie de rápida campanha, quase que pela saída de Bolaños, que recém havia chegado, como nossa grande contratação. Nem preciso aqui relembrar a dificuldade que um jogador estrangeiro tem em adaptar-se ao futebol brasileiro. Afora isso, teve a lesão do equatoriano, no Gre-Nal, e suas constantes convocações para a Seleção Equatoriana. Naquele momento, não se levava isso em conta. E nem que que Bolaños jogava fora de posição - o técnico não havia achado o melhor lugar para ele, é do jogo.
Porém, ao ver o cara pegando na bola, seu toque de bola, seu chute em gol, seu deslocamento, dá para ver que era diferenciado, que era questão de tempo. Escrevi isso em 2016 e sigo escrevendo, em 2017. Não é preciso muito para ver isso. Só ter paciência. Hoje, estes mesmos jornalistas se derramam em elogios, e não fazem nenhuma menção ao amontoado de porradas que deram em Bolaños.
Claro, faço aqui um mea-culpa. Pedi que Henrique Almeida tivesse mais chances, em 2016. Ele não confirmou, pois é fraco. Mesmo assim, defendo que caras como ele tenham chance. Deixem o cara comprovar que não serve. E, quando o cara tem categoria, merece muito mais chances. Por incrível que pareça, até Lucas Barrios, que mal chegou, foi contestado em alguns jogos. Críticas pontuais, ok, sempre são bem-vindas, é nosso papel, enquanto jornalistas.
Mas sempre é bom dar uma olhada no histórico do jogador, analisar suas atuações, as circunstâncias que o envolvem, antes de sair pedindo sua saída, sendo que ele mal chegou. Se ele for embora, como temos vários casos por aí. perdemos todos: imprensa, torcida e clube.