O Grêmio deve deixar a mesa de negociações com bancos e OAS para a compra da Arena até sexta-feira. Com a postura de Banrisul e Banco do Brasil de não concordarem com os termos da operação, a direção já não enxerga uma solução para viabilizar o negócio. Assim, a relação do clube com seus parceiros seguiria da forma que está hoje: a Arena Porto-Alegrense continuaria como gestora do estádio e responsável por pagar o financiamento do BNDES.
No total, são cinco os bancos envolvidos no negócio. A Caixa é representada pela empresa Karagounis (controlada por um fundo de investimentos ligado ao banco) e maior interessada na concretização da operação. Afinal, a Karagounis deseja que a "troca de chaves" entre Grêmio e OAS ocorra o quanto antes para que a área do Olímpico seja liberada e possa ser explorada comercialmente.
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Por isso, a empresa atuaria como uma espécie de "fiadora" do Grêmio na compra da Arena: arremataria a dívida do financiamento do BNDES junto a Banrisul, Banco do Brasil, Santander e Bradesco, avaliada em R$ 170 milhões, por R$ 113 milhões à vista. Assim, o clube pagaria R$ 1,5 milhão mensal diretamente ao parceiro pela compra da Arena - o contrato dos direitos de TV serviria como garantia da operação.
Neste acordo, a Karagounis também assumiria a responsabilidade pela execução das obras de qualificação do entorno da Arena e bancaria a compra da área do estacionamento E2, anexa à Arena, que seria repassada ao Grêmio. Ao entregar o Olímpico, o clube receberia a posse do terreno de seu novo estádio, que estaria desonerado - hoje serve como garantia aos bancos no financiamento do BNDES.
Ocorre, contudo, que Banco do Brasil e Banrisul não aceitaram os termos da operação. Fontes consultadas por Zero Hora entendem que, por mudanças nas diretorias dos bancos, a interlocução cessou.
Por se tratarem de instituições estatais, repletas de burocracia, não estariam interessadas em mudanças no acordo. Mesmo que, com o aval da Karagounis, tivessem a garantia do recebimento do dinheiro investido - hoje o valor é pago com dificuldades pela Arena Porto-Alegrense. Assim, o Grêmio decidiu que, caso não receba resposta positiva até sexta, desistirá do negócio.
– O Grêmio fez todo o esforço e deu todas as condições para que o negócio se realizasse. O que está impedindo estes bancos estatais de fazer o negócio são carimbos. Os bancos estão se escondendo atrás de carimbos – observa Nestor Hein, diretor jurídico do clube.
Procurados por ZH, tanto Banco do Brasil quanto Banrisul não se manifestaram até a publicação desta matéria.
ZHESPORTES
Sem negócio
Postura de bancos deve fazer o Grêmio desistir da compra da Arena
Sem resposta positiva, clube anunciaria saída das tratativas até sexta
Adriano de Carvalho
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