
A partida entre Grêmio e Santos, no domingo (4), na Arena, pelo Brasileirão, foi marcada por um incidente que gerou insatisfação entre os torcedores tricolores.
Um problema no sistema de reconhecimento facial, implementado para agilizar e modernizar o acesso ao estádio, causou filas e impediu que muitos torcedores entrassem antes do apito inicial.
O Grêmio afirmou que a responsabilidade do ocorrido é da Arena. Por sua vez, a gestora do estádio ainda não deu sua versão sobre o fato. A BePass, empresa que presta serviço das catracas no estádio, apontou que fará as alterações que causaram o erro.
Torcedores reclamam
Um dos torcedores afetados foi Bruno Noschang. Em contato com Zero Hora, ele afirmou que ele e os dois filhos, todos sócios, não conseguiram entrar no estádio com reconhecimento facial, nem com a carteirinha de associado.
Entretanto, havia uma funcionária da Arena na catraca conferindo os CPF's dos torcedores para dar fluxo na entrada e permitiu o acesso.
— Situação constrangedora, ainda mais que eu estava com uma criança. Nas filas, as pessoas estavam gritando palavras de baixo calão. Acabamos entrando com o jogo em andamento — relatou Noschang.
Carteira de sócio também falha
Para Eniederson Miranda, o cenário foi ainda mais demorado. Sem conseguir entrar em uma das catracas da arquibancada norte com reconhecimento facial, carteirinha de sócio e apresentação do documento, ele foi orientado a procurar o Quadro Social.
No meio do caminho, no entanto, decidiu realizar uma nova tentativa em outro portão. O reconhecimento facial falhou novamente, depois houve três tentativas de acesso com a carteira de sócio, até que, enfim, a catraca foi liberada.
— Quando eu estava indo para o quadro social, tentei testar mais uma vez em outra catraca. Novamente deu errado. Depois de três tentativas com a carteira, a moça liberou para eu passar. Sou sócio desde 2021 nesse setor e já tinha entrado com reconhecimento em outros três jogos. Dessa vez deu problema — relatou.
Distribuição de bilhetes
Um outro torcedor consultado por Zero Hora, que preferiu não ser identificado, afirmou que esperou por cerca de 1h na fila do Quadro Social. Quando o horário da partida se aproximava e não havia solução, um funcionário da Arena distribuiu ingressos físicos para que ele e os demais presentes na espera conseguissem acessar o estádio.
— Havia ali pelo menos 500 torcedores, todos tentando uma solução. Com o passar do tempo, ficando próximo do horário do todo, a irritação aumentou. Nos deram um bilhete físico de ingresso, pois disseram que não conseguiriam solucionar — disse.
O que dizem os envolvidos
Conforme a BePass, que presta o serviço de reconhecimento facial da Arena do Grêmio, uma reunião foi realizada na manhã desta segunda-feira (5) para a avaliação dos problemas. Para a empresa, o principal entrave seria uma regra de acesso para sócios do clube acessarem o estádio em diferentes portões.
"Estamos analisando essa regra e vamos fazer alteração que eles quiserem", diz a nota da BePass.
Em nota, o Grêmio indicou que a responsabilidade pelos fatos é da Arena, gestora do estádio. Entretanto, tem acompanhado e cobrado um suporte aos seus torcedores.
"Esse processo é de total responsabilidade e conduzido 100% pela Arena, em cumprimento a uma lei que vai exigir a biometria para acesso a todos os espaços do estádio a partir de junho. Nós temos acompanhado e cobrado por suporte aos torcedores que apresentem dificuldades de realizar a biometria", afirmou o clube.
Consultada pela reportagem, a Arena ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
Quer receber as notícias mais importantes do Tricolor? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Grêmio.