Atenção! Última notícia da Grande Sucupira em que o mundo se transformou!
A Fifa tirou de Pelé o título de melhor jogador do mundo! Pela lógica da proba entidade, como só nos anos 1990 ela começou a escolher o melhor do mundo, nem Pelé nem Maradona nem Cruyff, seja qual for sua preferência e seus critérios e a sua época, ostentariam oficialmente o galardão.
Opa, antes que você me leve a sério, trata-se de uma brincadeira. Uma ironia.
Assim como só pode ser brincadeira a leviandade (mais uma...) da Fifa ao ter feito declaração que apagaria (evidentemente não tem esse poder) da história os títulos mundiais do Santos de Pelé, do Flamengo de Zico, do Grêmio de Renato e do São Paulo de Raí, para citar só os brasileiros. São algumas das páginas mais lindas e lúdicas do futebol. Sorte que o futebol não se confunde com a Fifa, instituição de conduta tão duvidosa. Por essa lógica (sic), até algumas Copas do Mundo deixariam de existir. E os campeonatos brasileiros só seriam validados a partir de 1979, quando a CBF foi criada. Difícil saber o que passa com uma entidade dessas, que até já havia dito o contrário do que diz agora.
Em dezembro, todos os jornais noticiaram o pentacampeonato mundial do Real Madrid. Teriam de fazer uma correção coletiva, porque parte desses cinco títulos foi conquistada antes. Enfim, são tantos absurdos... De certa forma, até é bom ter um título mundial q não traz a marca de uma entidade obscura, manchada pela corrupção. No ano passado, escrevi, neste mesmo espaço, este texto que fala um pouco disso tudo.
É constrangedor ver rivais tentando tirar proveito de declaração tão desastrosa. Não são todos, evidentemente. Há aqueles aficionados pelo futebol que mantêm o bom senso e a independência intelectual de usá-lo como parâmetro. Alguns deles, porém, ainda não se curaram da síndrome do irmão mais novo, que Freud explica com tanta propriedade, sobre o maninho que nasce seis anos depois e passa a vida inteira com o pensamento fixo de desafiar o mais velho, por vezes com o objetivo de até negá-lo em suas mais rutilantes honrarias.
O título mundial do Grêmio, em 1983, teve o supremo mérito de pôr o futebol gaúcho no Mapa Múndi. Deveria ser um patrimônio de todos os gaúchos. Falo isso porque sou gremista? Garanto que não! Digo o mesmo em relação ao importantíssimo título nacional colorado em 1975, que nos abriu os caminhos do país. Nem um foi conquistado quanto a Fifa organizava o torneio, nem o outro o foi quando a CBF existia. E o que importa isso? Eram, os títulos da época.
Fico imaginando na quantidade de jornais, em todo o mundo, que deveriam estar dando correção na manhã deste sábado. Aqui, uma breve lista...