Zero Hora convidou três colunistas a opinarem sobre a temporada tricolor. Um ano a ser comemorado pelos gremistas, que encerraram 2016 podendo comemorar um título nacional após 15 anos.
Leia mais:
Conheça Riquero, volante do Iquique dispensado por Argel e que anulou o próprio gol
Quem é Álvaro Pereira, lateral-esquerdo que está na mira do Grêmio
FOTOS: veja como jogadores da dupla Gre-Nal passaram o Natal
Confira a opinião de cada um:
DIOGO OLIVIER
TRÊS ACERTOS DO GRÊMIO
Os três acertos do Grêmio tem relação com o Renato. O primeiro, é o próprio Renato, que se revelou, para o que o Grêmio tinha com o Roger uma solução emergencial, pontual, correta, para um time que vivia um momento ruim.
Do técnico, decorrem dois outros acertos: o primeiro, o substituto correto do Giuliano. O Grêmio não encontrava um substituto correto para o jogador, perdeu rendimento, e então o Renato encontrou o Ramiro na função.
Além disso, a mudança da marcação na bola parada. Com a marcação individual, resolveu o problema e a partir disso teve uma defesa mais sólida.
TRÊS ERROS DO GRÊMIO
O planejamento do Campeonato Gaúcho, com a volta de Quito para jogar contra o Juventude, foi um dos erros. O Grêmio tinha condições de ser campeão, porque era melhor do que o Inter.
A contratação do Bolaños ainda não se justificou. Ele custou R$ 20 milhões por 70% dos direitos econômicos e fez poucos gols – o gol na final da Copa do Brasil não mudou em nada o título. E também não se justificou a contratação do Negueba, que o Grêmio já pensa em devolver.
LEONARDO OLIVEIRA
TRÊS ACERTOS DO GRÊMIO
Ao buscar Edílson para a lateral direita, o Grêmio não corrigiu apenas um problema criado pela negativa em pagar 1 milhão de euros por Galhardo. Fez mais. Trouxe um jogador identificado com o clube e a cidade e que colocou sua experiência a serviço do grupo. Edílson assumiu o protagonismo na rivalidade Gre-Nal.
Nem estava aqui na final do Gauchão, mas tomou as dores pelos deboches de Sasha. Retrucou dentro do Beira-Rio e foi à forra na conquista da Copa do Brasil. A torcida precisava de um jogador com esse perfil.
Outro acerto foi o zagueiro argentino Kannemann. Chegou e, mesmo sem atuar havia algum tempo, entrou ao lado de Geromel e acabou com a insegurança na zaga. Viril e aplicado, conquistou a torcida.
Por fim, o terceiro acerto gremista veio pelas mãos de Renato. Ao manter a forma de jogar deixada por Roger e fazer ajustes que deixaram o time mais competitivo, fez do Grêmio um adversário duro de ser batido.
TRÊS ERROS DO GRÊMIO
As contratações feitas para a defesa se mostraram todas ineficientes. Wallace Oliveira veio com status de jogador do Chelsea e, ao vê-lo em ação, entendeu-se por que nunca teve chance em Stamford Bridge. Fred e Wallace Reis chegaram para ajudar Geromel e suas atuações só evidenciaram o quanto o companheiro é diferenciado.
Um segundo erro sepultou as chances de conquista no primeiro semestre. Ao optar por economia e usar voo comercial para enfrentar a LDU, o Grêmio mexeu no calendário e acabou enfrentando o Juventude em Caxias do Sul apenas 48 horas depois de pegar o Toluca, na Arena. Perdeu em Caxias do Sul e comprometeu a ida à final do Gauchão em que era favorito.
Por fim, apostas em jogadores ofensivos como Negueba e Henrique Almeida obrigaram que Roger, e depois Renato, jogassem suas fichas sobre a gurizada e ficassem reféns das oscilações que são comuns a quem está em fase final de formação – casos de Everton e Pedro Rocha.
CLÉBER GRABAUSKA
TRÊS ACERTOS DO GRÊMIO
Kannemann consertou a zaga do Grêmio. Fez Geromel reviver seus melhores momentos e deu a segurança que faltava para o Tricolor decolar na Copa do Brasil. Mesmo que a direção tenha investido e apostado muito em Bolaños, o zagueiro foi o grande achado e a grande contratação gremista em 2016. Não é um craque. Mas tem na simplificação o seu grande talento.
Renato pegou um time na descendente, praticamente congelado, e lhe deu alma de campeão. Deu confiança à base montada por Roger Machado e aí o Grêmio decolou. Renato priorizou a Copa do Brasil, acabou com o jejum e reconduziu o Grêmio ao caminho dos títulos.
O Grêmio com Roger Machado chegou a liderar o Campeonato Brasileiro. Mas a partir o returno não teve gás para perseguir Palmeiras e Flamengo. A grande sacada gremista, a partir da chegada de Renato, foi enxergar que a Copa do Brasil era a prioridade, a chance de título para pôr fim aos 15 anos de jejum.
TRÊS ERROS DO GRÊMIO
Kannemann foi a exceção. A direta gremista errou em praticamente todas as contratações da temporada. Até mesmo Bolanõs ainda é uma incógnita. Fred e Wallace Reis ficam como jogadores de grupo. Wallace Oliveira, Negueba e Henrique Almeida foram reprovados. E para uma ano de Libertadores e de exigência muito maior, a direção não pode errar tanto na hora de contratar.
Após os fracassos do primeiro semestre – Gauchão e Libertadores – o Grêmio mudou de comando no futebol. César Pacheco foi substituído por duas pessoas – Antônio Dutra Júnior e Alberto Guerra – que tinham pensamentos completamente opostos. Na hora da crise, o comando do futebol não existiu. Roger pediu para sair e a solução foi chamar Adalberto Preis para assumir o controle.
Ramiro foi uma aposta de Renato que deu certo. Deixou de ser volante para ocupar o lado direito na linha de armação. Ele foi muito bem e reequilibrou o time do Grêmio. Mas, mesmo assim, não atingiu o nível que o time tinha com Giuliano. O ex-meia do Inter nunca foi uma unanimidade entre os torcedores, mas ele era fundamental no trabalho nas duas intermediárias. Ele tinha força para ajudar a marcar e qualidade na hora de se juntar aos homens do ataque. Bastou Giuliano ser vendido para o time e a torcida perceberem a falta que ele fazia. Não é a toa que ele hoje faz parte do grupo de Tite na Seleção Brasileira.
*ZHESPORTES